4 de novembro de 2008

Coluna 09


Eu não quero mais polemizar, mas ao ver que o assunto sempre volta, eu vou escancarar a minha opinião já emitida:
Eu sou CONTRA o aborto.
Eu sou CONTRA a legalização das drogas.
Pronto, falei. Virei um conservador estúpido de merda.
Sou contra o aborto porque não consigo vislumbrar um desfecho justo para o impasse legal que assola a situação. Não consigo imaginar uma solução que resolva de forma condizente a tênue barreira entre a gravidez indesejável e o assassinato de uma criança. Não consigo conceber ainda, qual seria esse limite, afinal, abortar uma criança com 8, 9 meses não é um assassinato? Acho inconcebível dizer que não.
Mas, ainda mais profundamente sou contra a legalização das drogas. Qualquer droga.
A minha visão sobre esse assunto não se baseia em preceitos religiosos ou retrógrados dos conservadores de plantão. Minha opinião não se baseia em preconceito contra usuários, viciados, simpatizantes ou qualquer outro tipo, até porque nunca fui um radical nesse ponto.
Minha opinião também não aborda a questão de que o usuário sustenta o crime, nem vou entrar nesse assunto polêmico.
Minha opinião contra a legalização se baseia em uma palavra: Trânsito.
O trânsito brasileiro matou 70.994 em 2004, sendo a média anual de 60.000 pessoas mortas todos os anos em acidentes de trânsito.
Pra se ter uma idéia, na guerra do golfo morreram algo em torno de 100.000 homens. Uma guerra.
Então, pergunto:
Já não bastam nossos motoristas alcoolizados? Teremos que fazer campanhas do tipo: “Se for dirigir, não cheire”? Será que estamos preparados para isso? Será que estamos preparados, sob a ótica legal, de punir, com eficiência, quem cometer tais crimes? Como seriam os testes que detectariam a presença de maconha, cocaína, lança-perfume, etc... nos motoristas? Liberando as drogas, esses assuntos devem estar em pauta.
É ótimo fazer passeata pela legalização, se estão todos alienados em suas viagens pessoais, e flertam com o “foda-se” ao serem questionados sobre assuntos práticos.
Vocês, usuários (wanna be)politizados são um câncer.
Câncer, porque são alienados, limitados, e contam com pouco, ou zero embasamento de causa.
Eu sou contra a legalização.
O estado é contra a legalização pois sabe de seu despreparo para lidar com situações como essa, do trânsito.
Não façam passeatas. Não façam carreatas. Não façam manifestos. Vocês estão se passando por ridículos. Passando por inconseqüentes que se acham capazes de dirigir drogados, se acham capazes de fazerem tudo, pois o jovem sempre se acha o super-homem, sempre se acha aquele “não vai acontecer comigo” e que esse papo de burocracia é “coisa de burguês e político corrupto, deixa eu fumar um em paz”

- “Oh baby, give me a break”, toma um Moura Brasil e esquece isso.


Ass: Regies Celso.

24 de outubro de 2008

Amo-Te.



Não me entenda mais, isso não é necessário.
Não me chame mais, porque isso é secundário.
Agora, o que eu só quero são suas palavras de carinho para que eu possa dormir em paz.
Agora, o que eu só quero é deixar de ser a alma egoísta que você diz que eu me tornei.
Quero você de volta. Quero você de volta pra mim.
Quero você de forma ciumenta em que meus minutos se tornem seus.
Quero você em minha vida.
Eu, agora, sei quem você era, mas não sei mais quem somos “nós”.
Quero chorar de alegria ao te entregar flores e ouvir “Te amo”.
Não quero mais o choro da tristeza.
Não quero mais nossa tristeza, nossas conversas transtornadas, nossos desentendimentos.
Não quero mais não saber entender o que eu, realmente, e infelizmente, não consigo entender.
Quero apenas você, do seu jeito, a minha escada, a minha musa inspiradora, de relatos felizes.
Quero não conseguir escrever textos bonitos, pois na tristeza o poeta é mais.
Quero não ser mais, quero você, e essa é a minha prece.
Amo-te.


Ass: Pedro Gazzinelli de Barros

9 de outubro de 2008

Oscilação de Alma


Rapidamente eu corro para aquele abraço de mãos frias que eu não conheço mais.
Minha alma, meu silêncio, de quem não se percebe mais através do espelho.
De quem não se conhece mais através dos outros.
Aquelas mãos frias que fingem gostar de me acariciar para me arrancar de tudo que eu valorizo e amo na vida, quer me comprar gentilmente.
Rapidamente eu me contento em não te amar, mas basta meu momento de lucidez para que eu pare de respirar imediatamente sem sua presença.
Fugazmente eu não sei mais dizer tudo que já disse um dia, hoje minha voz embarga, meus lábios tremem e ficam vermelhos de raiva.
Não sei mais te dizer tudo que já senti um dia, uma vez que não sinto mais nada daquilo.
Hoje sinto o vazio, e esse vazio está me consumindo por dentro.
Hoje não sinto mais nada, e estou apelando para que o mundo interprete o meu silêncio.

Ass: Pedro Gazinelli

19 de setembro de 2008

Eles


Hoje a vida pára para que eu passe observando-a com meu olhar cético de nojo por todos eles.
Eles, aqueles que não entendem, que não fazem e que cagam para tudo.
Eles, que entram na minha casa sem minha permissão, e me enganam generosamente com seu roubo escancarado de cara-de-pau, quando eu, perplexo pela sagacidade, fico atônico e não digo nada.
Hoje eles vêm com caras lavadas me dar papel, mas eu não quero papel, não quero nada, já que eu me julgo melhor do que eles.
Hoje a vida deve parar para que eles nos enganem novamente, e eu, conscientemente, gosto de ser enganado, e me divirto vendo a reclamação alheia da falta de moral que impomos a nós mesmos.
Eles agora têm certificado dado por nós para nos enganar, por isso eu relaxo e aproveito para que me enganem de forma mais convincente.
Hoje nada foi provado, e quer saber? Hoje serei enganado com gosto, pois agora não quero ver a vida parar para que eles me iludam.
Eles que me aguardem, uma vez que me enganaram, e agora, irei enganar eles com imensa propriedade.
Eles que me agradem, pois assim ficarei mais cego.

Ass: Pedro Gazzinelli e Regies Celso

2 de setembro de 2008

Pensamentos de um louco



O porque de tanta pergunta em vão? Tô cansado de explicar minha ótica retardada e ímpar para todos, sou assim, penso assim, ajo assim, enfim, vivo assim!!!! Chega.
Vivi, aprendi, fui sendo moldado, das pancadas da vida até o mais complexo livro de física quântica. Pronto, foi eu que fiz tudo sozinho, e o sozinho como dizem deixa as pessoas loucas.
Sempre escuto que o que eu penso é nada a ver, será que o que penso é viajado demais? Ou será que apenas tenho uma percepção diferente e molestada da dos outros?
De alucinações intelectuais vivo minha vida, bem manso, traçando a próxima coisa nada a ver que vai fazer você ficar chocado.
Quantos porquês tive que perguntar para ser indagado com o porque de alguém! Foi árduo o trabalho, cansativo, enfiei a cara nos livros enquanto você se embriagava de vodka cara na casa de qualquer um.
Serei considerado intelectual por ser um pseudo-gênio? Difícil entender o que eu escrevi agora? É só você se esforça que vai.
Por fim, quem sabe na próxima primavera serei deixado com os meus pensamentos de louco.
Porque?
Não me pergunte agora, um dia volto e te explico isso!

Ass: Diogo Coelho

28 de agosto de 2008

Cinema



Só por hoje preciso me levantar e deixar o prazer mórbido de dormir passar.
Só por hoje acendo meu cigarro e tento não me jogar nos jogos da vida.
Só por hoje tentarei ser aquela pessoa mais carinhosa que você sempre desejou.
Só por hoje tentarei ser o ator perfeito com o sorriso colgate no rosto.
Só por hoje te perguntarei como eu devo tentar não ser eu.
Só por hoje ficarei cansado de te esperar e partirei sozinho.
Só por hoje não irei reclamar de seu café.
Só por hoje arrumei a cama ao sair.
Ontem fui obrigado a te ouvir.
Ontem fui obrigado a aprender.
Ontem era mais eu e menos Hollywood.
Ontem era original.
Calei, escutei e sofri.
Vivenciei.
Aprendi.
Será que amanha poderei voltar a ser eu?
Será que amanha nosso cinema vai evoluir?
Será que amanha devo atuar como?
Original?
Igual atuei hoje?
Ou ser o mesmo de ontem?
Vamos esperar!

Ass: Diogo Coelho

26 de agosto de 2008

Ad Te


Deixo que as palavras saiam.
Rolam, como minhas lembranças divinas de tudo.
O Poeta não sonha mais.
Caem, como folhas, sem sentido, não formam mais nada, e, no entanto, a inspiração hoje é feliz.
O Poeta não sonha mais.
Leve, soltas, as emoções não sofrem mais, hoje elas são vivas e intensas, sem ardor, pesar, angústia ou deslumbramento.
Lindas, agora são, não mais meras elucidações, e sim, plenas e fortes, como os beijos, carícias.
O Poeta não sonha mais, hoje esse sonho é vivo, e reflete em seus olhos, em seus toques, e falas.
Risadas, não mais ensaiadas para a conquista, e sim, espontâneas para a admiração.
Toques, agora não mais com pesar e disfarces.
Lágrimas não mais de falta, e sim felizes, de saudades.
Cartas não mais pretensiosas, e sim despretensiosas como um simples sorriso ou gesto.

O Poeta não chora mais.
A sua inspiração é sua realidade.


Ass: Pedro Gazzinelli

6 de agosto de 2008

Coluna 08


Vamos falar a mais pura verdade.
A menina americana, inglesa, tanto faz, foi esquartejada pelo namorado maluco de loló, que guardou seu tronco (lembra daquela música “Cabeça, ombro, joelho e pé!!” ? pois então, tronco é tudo o que essa música não abordou) numa mala e jogou no rio.
A pergunta é? E Alexandre Nardoni? Quem?????
Existe um velho ditado que reza que amor antigo se cura com um novo, ou como disse Rita Lee: Doença de amor, só cura com outro...
Pois essa é a questão! Estamos carentes de um novo amor, mas nós agimos um pouco diferente. Esquecemos o amor antigo antes de um novo. A inglesa ainda não emplacou, pois lhe faltaram alguns quesitos para estar na boca do Willian Bonner durante um mês, mas nós já nos esquecemos de Isabela.
A inglesa não é melhor que Isabela. É até pior. Isabela foi arremessada e morreu.
A dinamarquesa, inglesa quer dizer, foi morta, esquartejada e jogada num rio. Lembra da Inconfidência Mineira? Tiradentes esquartejado? Pois então, nesse nível.
Trocando em miúdos, vamos logo pro que interessa: A menina era inglesa, o que em si, não tende a gerar empatia com o povão quanto uma pobre criança brasileira como Isabela e João Hélio. Pra completar tinha uma cara de doidinha e namorava um traficante chamado Mohamedd, o que não é o modelo perfeito de vítima indefesa.
O Brasil precisa de algum assassinato mais brutal, com alguém mais puro e humilde para podermos discutir tomando coca-cola no bar ( já que cerveja, só pegando um táxi ). Nós precisamos de um novo assunto, já que Nardoni, Ronaldo Gordo e Fora Dunga! Já não comovem como antigamente.
Nós precisamos de algo para falar com aquele semi-desconhecido que encontramos no banco ao lado do ônibus.
Com seu vizinho que também espera o elevador.
Volte Nardoni! Mate alguma outra criancinha, para que saiamos da nossa falta de assunto!
Ganhe as Olimpíadas Dunga! Para podermos novamente ter uma esperança e discutir o seu futuro na seleção!
Vai jogar no Flamengo Ronaldo! Para podermos discutir se você ainda faz algo com os pés além de coloca-los em pantufas Dior.
Do contrário é melhor começar a chover todos os dias, para podermos usar aquela velha saída:
Vai chover hein?

Ass: Regies Celso

Nostalgia



Tudo começa de novo, as mesmas pessoas, os mesmo rostos, os mesmo amores e os mesmos ódios, mais uma sessão nostalgia que irá na pior das hipóteses demorar longos seis meses.
Tenho minha ótica realista pessimista sobre a verdade que me cerca, vil, egoísta, realidade própria da natureza humana.
Um mundo sujo, mais parecido com o ar poluído e esfumaçado de Pequin, que cega, corrói e faz muito mal para a saúde.
O sonho de fazer as coisas direito começa a dar errado, claro, a lei da selva é o que impera nesse ambiente, o mais forte comendo o mais fraco, a saída sempre foi ser forte e se fingir de fraco, porém esperto para não ser comido.
Sentado no meu lugar vejo um monte de políticos de calça jeans tentando parecer com seus pais e cultuando um pensamento pop para não fazer feio para os outros.
Porém faço direito e como um habilidoso artista saio pela tangente e continuo fora desse intelecto de novela Teen.
Escuto uma música antiga no meu radio, os velhos do gueto, Hendrix, Dylan acalmam meu coraçäo, esqueço.
Tudo de novo, a sessäo nostalgia recomeça.
Aquecido por uma magia.
Levanto, lavo o meu rosto e saio.


Ass. Diogo

20 de julho de 2008

A noite



Tenho medo do escuro ao mesmo tempo que o contemplo. Meus fantasmas saem a noite, procuram me assombrar.
Tenho que achar a luz, tenho que iluminar o meu porão...
...A luz acabou.
Impera a escuridão.
Ando por aí, sem rumo, um desconhecido que fica invisível.
Vejo uma fogueira na casa ao lado, cantos assombrosos entoados por pessoas que nunca vi.
Me aproximo, tento criar coragem e afastar a atmosfera fantasmagórica que invade aquele quintal.
Me sinto isolado, sozinho. Tento entender o que esta acontecendo ali dentro, mas a luz da fogueira não é suficiente para me dar um entendimento certo.
Sinto medo.
Arrepio.
Como nunca percebi aquilo antes? Sempre estivera ai, não é a primeira vez que isso ocorre. As vezes é no escuro que enxergamos o que esta bem na frente de nossos nariz.
“Quando não se vê com muita clareza toda ação se torna naturalmente confusa.” Pode parecer um absurdo mas precisei do escuro pra entender realmente o que acontecia ali, não só entender, mas também enxergar.
Começo o caminho de volta para minha casa, andando pela rua escura, tento clarear meus pensamentos, e então percebo o que realmente aconteceu naquela casa ao lado.
As luzes voltaram.
Tudo normal outra vez.
A fogueira apagada, e a quietude prevalece naquele quintal outra vez.
Entro em casa, deito na cama e vou dormi com a certeza de que a lição foi aprendida.
Boa noite.

Ass: Diogo Coelho

19 de julho de 2008

Cartas para um amor



As vezes partimos pra longe, mesmo sabendo que vamos voltar fica aquele buraco dentro do peito, nos perguntamos quando vai acabar, e choramos lagrimas de um amor que ficou longe de nosso coração.
Sentimos saudade, vontade de falar a todo tempo com a amada, mesmo sabendo que não existe mais assunto, mesmo sabendo que nada construtivo e interessante vai sair do dialogo, o prazer de ouvir e sentir a pessoa mais perto da gente vale a pena, na verdade vale cada centavo.
O amor é isso, o menos explicando o mais, o tudo explicando o nada, complicado? Experimente amar uma vez que você vai entender o que falo.
Gostaria de ser o Dr. Who, gostaria de ter dois corações, um já não é suficiente para carregar tanto peso, tanto amor, tanta vontade de estar perto.
Sinto falta das coisas mais simples, do cheiro do perfume, das bebedeiras juntos, das noites solitárias onde o que nos completa é somente o cigarro, o violão e uma canção.
Tentam colocar obstáculos em nosso caminho, já que a distancia é grande, mas graças a genialidade do homem existe a ponte, não é diferente nos nossos corações, mesmo a distancia, mesmo com rios em nosso caminho, o amor faz unir tudo.
Quero viver tudo que há pra viver do seu lado, cada minuto, cada segundo, porém é difícil, o fácil fica complicado, será porque? Será que mereço seu amor, você me faz acreditar que sim, e por isso viveremos eternamente juntos, em nossos pensamentos, debaixo do edredon no frio do outono e no gelo do inverno, só eu e você, só nossos corpos se permitindo.
Não tenho nada mais a falar.
Não tenho nada mais a acrescentar.
Tudo que queria te dizer, foi dito nessa carta de amor.
Quero você!!!!

Ass: Diogo Coelho

9 de junho de 2008

Coluna 7: Amazônia


O assunto da vez é o desmatamento.
Eu já tinha escrito, muito tempo atrás (25/05/2007), um texto sobre a Amazônia, em que eu expunha minha opinião sobre esse assunto.
Na época, ao ler meu texto finalizado achei que estava explicitando um ponto de vista radical demais, e que me renderia enchecão de saco semelhante a que obtive no “COLUNA 2”.
No entanto, resolvi exercer minha liberdade de expressão, e publicar o texto assim mesmo, agora.
Antes, eu gostaria de esclarecer as pessoas que nos lêem, que esse site é feito por três pessoas, e quem já leu ao menos um texto de cada um dos autores percebeu a diferença gritante que há entre nós. Além disso, gostaria também de explicar que os meus textos, além de críticos, são pautados por ironia e uma leve pitada de humor, e, antes que comecem a me mandar comentários do tipo “você é um escroto” reflitam antes sobre o real sentido das minhas dissertações.
Abraços,
Regies Celso.



Nunca tive vocação para ambientalista.
Sinceramente, não choro quando uma foca morre no pólo norte para que o Puff Daddy use um casaco chiquerrímo no próximo desfile em Milão.
E como já disse, não ligo muito para o aquecimento global.
Mas nada me indigna tanto quanto o estardalhaço em torno da floresta que guardamos na região norte.
Me lembro de um burburinho em torno de alguns livros em escolas americanas que classificavam a Amazônia como território internacional.
Depois o Cristóvão Buarque fez um discurso bastante politizado em torno de uma suposta internacionalização da Amazônia.
Aí, é claro, rola um senso comum de que esse americanos são um bando de filhos da puta, e que a Amazônia é nossa!! Porra!!
Quer saber da verdade? Estou cagando para a Amazônia.
Sério. Se a floresta continuar de pé, eu vou comer a Angelina Jolie? Não. Se a floresta continuar eu vou ser promovido? Não. Se a floresta desaparecer eu vou virar ator famoso de hollywood? Não.
É simples assim.
O Saara já foi floresta e não to vendo ninguém chorando por causa disso.
E o mundo não acabou também.
“Ahhhhhhh! Mas a Amazônia é o pulmão do mundo”
Já li várias vezes que 90% do oxigênio do mundo é liberado pelas algas marinhas.
Não vamos ser hipócritas e fingirmos que nos preocupamos com as coisas naturais do planeta.
A gente sempre cagou pro ecossistema.
E acho que é por aê mesmo. Que eu entenda o homem nunca conseguiu viver nem em sociedade. Só vivem por uma falta de espaço para as seis bilhões de pessoas viverem sozinhas e distantes. Porque se isso fosse possível...
O fato é que a gente nunca se importou de matar uns aos outros. Isso sempre foi natural. Quanto mais matar uma meia dúzia de passarinhos que eu nunca vi, e nem quero ver.
Eu nunca fui na Amazônia, não vou, não gosto de jacaré, mosquito e macaco, e nunca achei que índios serão amigáveis se eu aparecer por aquelas bandas.
Se quer levar? Leva.
Acredito que as FARC fazem um trabalho de policiamento de fronteira melhor que a Polícia Federal.
O FBI então...

Ass: Regies Celso

27 de maio de 2008

Fome



Busco o labirinto na esperança de encontrar a certeza.
Sempre em busca de algo mais, tento crescer culturalmente para poder debater com você.
Construo um castelo de palavras, um castelo fraco (mas poderoso), um castelo que pode ser facilmente derrubado por um sopro intelectual mais forte que o meu.
Sempre em busca da filosofia, da ciência, sempre atrás de algo que te faça calar.
Acordo, revejo meus dias passados para encontrar culturas inúteis, afinal, elas também são objetos de nossos debates.
Política, religião, futebol, todos os assuntos me causam fome intelectual.
Preciso me saciar.
Leio, estudo, tento aprender.
Porque procurar cotidianamente discussões idiotas quando meu eu depende absolutamente apenas de mim? Infelizmente porque meu eu depende de você.
Coisa de criança? Idéia de criança? Pensamento de criança? Que seja, mas como diz o poeta: É preciso ter os olhos de criança, e como diz eu: É preciso ser criança, sem preconceito, sem discriminação, sem resquício de uma ditadura mental, para que se possa aprender algo, mesmo que inútil, afinal, quanto mais velho se é, mais duro e concreto é o cérebro.
“Não seja cabeça dura, tenha a cabeça de uma criança”. Máxima que fiz para mim que repito todos os dias para conseguir aprender do ridículo ao complexo, pois é isso que me suscitara idéias para discussões ridículas com alguém.
E que venha a fome intelectual.

Ass: Diogo Coelho

Silêncio



As vezes não nos conformamos com o que a vida nos oferece, tentamos lutar, vencer a correnteza.
Esperamos um réquiem maravilhoso, tentamos achar conforto no triste, no preto e branco, porem o que nos envolve é um circulo invisível e infinito de lagrimas, o que nos segura é a necessidade de confortar quem precisa de um abraço.
Sed fugit interea fugit irreparabile tempus: "Mas ele foge entretanto: irreversivelmente o tempo foge".
Vejo um ser pálido, uma urna com um corpo, numa manha fria! O que nos da força é o laço de amor que temos com cada um presente naquele momento.
Morte, a passagem para o eterno, e que o eterno seja lindo.
Tentamos achar vários porquês, mas nessa hora tão triste nos lembramos de Machado de Assis: Ele dedica o livro aos vermes, os bichos que nos comerão de baixo da terra depois de mortos.
Buscamos em várias religiões aquela que trará mais conforto para a alma de quem já partiu, buscamos no cristianismo, no espiritismo, no budismo e em varias outras, buscamos na verdade o conforto para nós que ficamos.
Creio que no fim não ligamos muito para o que vai acontecer com o morto, ligamos mais para o que vai acontecer com a gente.

Ass: Diogo Coelho

14 de maio de 2008

Poesia de Cecilia Meireles para meu avô



Não fazemos isso, mas por circustâncias da vida, um poema de Cecilia Meireles para meu avô:

Dez bailarinas deslizam
por um chão de espelho.
Têm corpos egípcios com placas douradas,
pálpebras azuis e dedos vermelhos.
Levantam véus brancos, de ingênuos aromas,
e dobram amarelos joelhos.


Andam as dez bailarinas
sem voz, em redor das mesas.
Há mãos sobre facas, dentes sobre flores
e com os charutos toldam as luzes acesas.
Entre a música e a dança escorre
uma sedosa escada de vileza.


As dez bailarinas avançam
como gafanhotos perdidos.
Avançam, recuam, na sala compacta,
empurrando olhares e arranhando o ruído.
Tão nuas se sentem que já vão cobertas
de imaginários, chorosos vestidos.


A dez bailarinas escondem
nos cílios verdes as pupilas.
Em seus quadris fosforescentes,
passa uma faixa de morte tranqüila.
Como quem leva para a terra um filho morto,
levam seu próprio corpo, que baila e cintila.


Os homens gordos olham com um tédio enorme
as dez bailarinas tão frias.
Pobres serpentes sem luxúria,
que são crianças, durante o dia.
Dez anjos anêmicos, de axilas profundas,
embalsamados de melancolia.


Vão perpassando como dez múmias,
as bailarinas fatigadas.
Ramo de nardos inclinando flores
azuis, brancas, verdes, douradas.
Dez mães chorariam, se vissem
as bailarinas de mãos dadas.

5 de maio de 2008

Coluna 6: O Meu (Alter) Ego


Adoro expressões como “Gosto não se discute” ou “Gosto é igual bunda”.
Na verdade, pra mim, essas expressões explicitam a ineficiência e burrice de alguém que não sabe expor suas razões e suas convicções a ponto de convencer uma outra.
Pra mim, gosto se discute sim!
Quem nunca ficou enojado ao ligar a TV aos domingos e ver o Faustão? É claro que ele só está lá porque alguns “Zé Ruelas” gostam do gordinho. Esse gosto é altamente discutível.
E por aê vai! Isso acontece com os metaleiros que adoram o metal setentão e acham que são os donos da razão. Eles podem ser um bando de imbecis alienados e mortos no passado, mas tem tanta convicção que o seu “gosto lixo” é o melhor, único e supremo, que discutem com qualquer pessoa até a morte, cheios de teses musicais inspiradas em cachaças e cervejas de segunda categoria, para provar detalhadamente e cientificamente que o seu gosto musical é melhor do que o seu.
Isso é excelente.
Eu, por exemplo, tenho certeza que tenho o melhor gosto musical que existe, o melhor gosto para filmes e o melhor gosto para livros, programas de TV e qualquer outra coisa. Tudo dotado de uma imensa razão e propriedade disposta a discutir o gosto de qualquer um que me desafiar uma discussão regada a muita cerveja em um buteco 24h.
Isso é fato consumado. Não existe alguém mais inteligente, e de bom gosto, do que Eu.
A melhor maneira de descobrir se uma pessoa tem bom gosto antes mesmo de conversar com ela, é repará-la antes.
Pessoas inteligentes têm bom gosto. Pessoas burras, têm mal gosto.
Pessoas extremamente inteligentes, em sua maioria, não freqüentam academia, restaurantes naturais, não tomam açaí, e não fazem nada disso que possa ser chamado de “Vibe de culto ao corpo”.
Pessoas inteligentes valorizam muito mais o interno do que o externo, por isso, as pessoas mais inteligentes, quase gênios, são introspectivas, não conversam muito, a não ser que você puxe o assunto, e não são encanados com atitudes para serem cultuados esteticamente.
Não é raro encontrar um gênio alcoólatra, mas um ex-lutador de Jiu-Jitsu alcoólatra é inexistente.
Para conhecer o verdadeiro bom gosto, há que se seguir e reparar nas pessoas realmente inteligentes.
Não estou falando da anta do Jô Soares, mas talvez aquele tiozinho que fica sentado no bar da esquina da sua casa todos os dias, desde a hora que você sai do trabalho até a hora que você volta da aula de noite.
Esses caras têm bom gosto e inteligência. Reze para que eles não discutam com você.
Ou então diga que gosto não se discute, e prove toda a sua burrice enrustida nas suas péssimas preferências.


Ass: Regies Celso.

A Igreja


O Papa veio visitar o Brasil ano passado.
Acho digno, ao se tratar do maior país católico do mundo.
Ouvi boatos, também, de que estaria se cogitando transformar o dia que ele viria aqui em feriado.
Parece que tem haver com a canonização de um sujeito brasileiro também. Confusões eclesiásticas.
Foi com base nessas constatações nada “constatantes” que eu cheguei na base do problema da sociedade sem valores e da atual desregrada família brasileira.
Fato. Não há contestação.
Discutindo hoje na hora do almoço me contraporam que uma tal matéria, denominada “moral e cívica” que deveria tratar de valores, antigamente, era algo, tipo assim, um pé no saco.
É óbvio. Isso não tem co-relação com a santa fé, já que nessa época reinava a cultura militar de opressão.
Já os valores pautados pela igreja católica eram de extrema valia para a estrutura familiar antigamente.
Com a pluralidade de formas de fé, difundida, principalmente pelo filho da puta do Martinho Lutero, a casa brasileira, foi passada, definitivamente, para as mãos da mãe Joana,
e hoje em dia, virou moda culpar os pobres defensores da moral e ética de dinossauros e ultrapassados. Acho um absurdo.
Esta na moda defender o aborto e disser que tudo é culpa do Papa que prega a não matança de fetos.
Esse é um problema estritamente legal e não católico, ou do departamento da fé. Liberando a grávida de tirar o menino da barriga, temos que entrar no ponto x da questão: quando ela estará tirando uma vida, de fato?
Isso é fundamental, e o representante máximo do Todo Poderoso na Terra não falaria bobagens, a não ser que ele soubesse cientificamente que se trata de um belo de um assassinato em massa.
Outra modinha pós-adolescente, daqueles recém formados, bem engajados, em cursos de Geografia, é meter o pau no fato de que a igreja abomina a camisinha.
Isso é óbvio.
O seu cão não usa camisinha porque ele, apesar de não ter tido moral e cívica quando criança, tem valores dos quais ele não irá abrir mão ao fuder com a cadela. Trocando em miúdos, o homem que inventou a AIDS e ele que se mate com essa merda. Num vem por a perpetuação da espécie em risco.
Se camisinha fosse bom, cavalo não precisava ser castrado pra parar de carcar. Era só pedir pro bicho emplastificar a jeba.
E nem me venha com comentários rebuscados de que isso é um absurdo de quem não tem consciência do mundo em que se vive.
Quer saber? Vocês, recalcados feios e sem valor que parem de enfiar o pinto em qualquer lugar e de sair dando pra qualquer um. Garanto que não pegarão AIDS com esse meu método.
E aposto que na época da igreja católica presente na reza pré- jantar não existia um filhinho homem com franja de lado, olho pintado, ouvindo lamentações.
Nessa época, homem era homem mesmo.

Ass: Regies Celso

16 de abril de 2008

Coluna 5: Parte 2


É discutível.
É discutível pesquisa com células-tronco, aborto.
Todo mundo discute, a Igreja discute e nós, reles mortais, dizemos “Amém”. Dizemos amém para os cientistas ou amém para o Bento, ou então, dizemos amém para o médico em seu porão quando algo dá errado.
O direito civil tem uma concepção de vida, no qual quando a pessoa nasce, e respira, tem vida. A partir daí nasce a personalidade civil. Nasceu morto, é “natimorto”. O “natimorto” é aquele feto que morre ainda no útero, portanto, não tem personalidade civil. Faz diferença? Faz.
Se uma criança nasce com vida, ela tem herdeiros, se nasce morta, sem personalidade, não.
O problema é que a medicina considera a vida antes, e a própria experiência nos mostra que crianças podem nascer com sete, até seis meses de vida, e ter uma vida normal.
Então, quando abortar deixaria de ser tirar uma vida?
Quando, realizar um aborto não seria um assassinato?
Levaríamos em conta o Direito Civil que considera a vida apenas após o nascimento de fato?
Levaríamos em conta qual parte do nosso direito penal?
Levaríamos em conta que “melhor tirar a criança na barriga do que abandoná-la na lagoa da Pampulha?” Ou “melhor tirar a criança na barriga do que jogá-la pela janela?”.
A solução é jogar camisinha para o povão? Política de prevenção?
Essa solução, claro, é ineficiente. A população sabe sim, que sem camisinha, vai nascer alguém. Camisinha e programa de controle de natalidade são velhos conhecidos.
A população sabe disso muito bem, e o problema é aquele velho pensamento de que “não vai acontecer comigo”.
Podemos levar em conta um crime (jogar o filho na lagoa da Pampulha) para legitimar outro (aborto)?
Podemos legitimar então o aborto até três meses de gestação? Podemos legitimar jogar um filho pela janela até três meses de vida, seria um período de experiência. Não gostou, joga na lagoa, na janela, onde achar melhor.
Não gostou da gravidez? Tem até três meses, depois que agüente.
É um pensamento radical? É.
Radical as atitudes também.
Enquanto isso continuaremos acompanhando o caso da menina jogada pela janela, da menina na lagoa, e das clínicas que todos sabem, mas ninguém sabe, ninguém viu.

Ass: Regies Celso

15 de abril de 2008

Coluna 5



Eu não acredito em Nardoni.
O crime que assola o Brasil de novos opinantes do Direito Penal é um “Richtoffen” remasterizado.
A filha mata o pai, o pai mata a filha.
Eu não acredito em Isabela, Suzanne e nem em Alexandre.
O Brasil angustia por “crimes que chocam o país”.
O Brasil gosta de crimes de aborto. Do médico pedófilo.
Querem saber? Não ligo pra Isabela. Não ligo pro João Hélio.
Quero fazer da minha infelicidade e desilusão algo que chame a atenção das câmeras e vire o centro das atenções brasileiras.
Quero me encontrar com algum assassino de ente próximo e ser a estrela do domingo no Fantástico. Esses são, enfim, o pensamento enrrustido dos “assassinos estrelas”?
Porque as clínicas de aborto seriam diferentes de Isabela, João, filha, pai?
Porque somos a favor do assassino in útero, mas nos revoltamos contra o out útero?
Porque nós julgamos capazes de julgar Deus e o mundo, em nome da fé, da moral, dos bons costumes, se julgamos a todos e quebramos nossas caras com nossos conceitos errôneos?
Porque gastamos nosso tempo fazendo pressão para reformas absurdas em nosso código penal, se não entendemos nada de direito penal?
Porque não entendemos que matar uma criança em uma barriga e fora dela não pode ser a mesma coisa?
Isabela foi abortada. Em uma clínica clandestina, sua janela.
Seu aborto, ilegal como os demais, nos choca por abandonar a surdina e espancar as telas de nossos televisores, socando a nossa cara com algo para nos preocupar e discutirmos enquanto tomamos cerveja.
João Hélio foi abortado por pessoas que não gostamos.
Somos a favor das mães arrependidas até certo ponto, depois, não toleramos a fraqueza humana, como uma forma de desprezarmos a nos mesmos.
Somos intolerantes.
Mas, graças a Deus, Deus nos concebeu com a dádiva da memória curta.


Ass.: Regies Celso

9 de abril de 2008

Prelúdio III



Enterre o morto, o dia não amanhece mais, é no seu sangue que compreendo a origem.
Do pó ao pó.
História é só história, e a vida está rindo do meu desespero.
Construo torres para me proteger da falta de você.
Venha comigo, não tenha medo.
Morto pelas suas mãos, me leve para casa, para limpar esse corpo.
Criança em silêncio.
Inacreditável, como a separação de duas almas pode acabar com um organismo.
Em nome do Pai, do filho e do Santo espírito de Deus tenho que deixar você ir.
A luz da minha salvação dentro dessa máquina.
Roda mundo, roda moinho, acabe com esse ciclo de sofrimento.
Tudo que eu disse se tornou verdade, te perdi, me perdi.
Melodia final de uma música real.
Você foi tudo para mim, não me diga para esquecer e seguir adiante.
Sozinho na madrugada, sozinho sem você, você se foi, eu fiquei.
Mais uma vez entôo um canto lamentante, desesperado.
Cadê você?
Como te encontrar novamente?
Queria ser resgatado novamente pelo seu calor, queria passar minha mão pela sua face uma ultima vez.
Você se foi, foi tão difícil se ver cumprir aquilo que tinha sido dito.
Foi eterno enquanto durou, acabou, e hoje é eterna a lágrima que se esvai de mim.
Hoje é eterno.
Hoje sou só eu atormentado pelos meus fantasmas.
Preciso de você.

Ass: Diogo Coelho

8 de abril de 2008

Prelúdio II




Eu quero dançar com você até a musica que esta tocando no rádio acabar.
Você é a prisão e eu sou o bandido.
Você é o candelabro e eu sou a escuridão.
Eu e você.
Pegue-me quando eu estiver perdido sem saber o porque.
Eu e você.
Seus dedos nas minhas costas me assombram.
Qual é o mistério?
Desconstrução de Vênus, parece um absurdo, reconstrução de mim.
Um pássaro lutando contra a tempestade, um abrigo que encontro em você.
Ai de mim meu amor, ai de mim.
A Meca da insegurança, o castelo a ser construído.
Vazio de novo.
Você me serve de bússola, sempre me guia a você.
O jogo dela.
Você é o centro de sua própria constelação.
Ë do jeito que é, e eu tenho milhões de perguntas.
Eu e você.
Um jogo de paparazis em torno de nós dois.
Me deixe trabalhar, me deixe ter você e eu.
Ai de mim meu amor, ai de mim.

Ass: Diogo Coelho

7 de abril de 2008

Prelúdio



Isso é para as pessoas, isso é para os Deuses, vejo confiança em seus olhos.
E se eu cair e se eu falhar?
Busco proteção no seu abrigo, busco meu caminho nos seus olhos.
Algumas pessoas tem que aprender pelo caminho difícil, estou nessa jornada.
E seu eu cair?
Imploro por seu perdão.
Só entre eu e você.
Perdão é um sentimento vazio, mas me encontro para culpar-me.
Eu tenho algo a dizer:
Amor é somente um verbo.
Agora sou aquele homem que antes não podias ser.
Agora eu tenho a escolha e a força que preciso.
Porque se esconder?
Era um menino que não queria envelhecer, não acreditei em você.
Não acreditei que a vida era mais do que prata e ouro.
Não pensei em minha mente sem lembranças.
Nunca mais.
Vazio de novo.
Semi-novo, sem lembranças.
Antes parecia que olhava por um óculos quebrado, tudo distorcido, somente ouro e prata, somente eu.
Tinha outro eu escondido na minha alma.
Tinha um você para ser descoberto.
Eu era coberto com a gélida atmosfera do ser ninguém.
Fui descoberto e descobri que fechar os olhos e voar é possível.
Olhava para o espelho e via lagrimas nos meus olhos.
Hoje você virou a menina dos meu olhos.
Hoje choro por não poder te deixar mais.

Ass: Diogo Coelho

1 de abril de 2008

Big Brother



Poesia escrita pelas linhas tortas de um cotidiano sem graça.
Tudo igual, todos iguais, todos os pés são iguais.
Somos todos trilhando o caminho do igual.
Mas porque ser diferente? O diferente chama muita atenção.
Os mesmos lugares, as mesmas coisas, as mesmas roupas. O senhor do mundo, o famoso Big Brother de George Orwel está conseguindo fazer de nós robôs, seremos num futuro não muito distante, produtos idênticos, com códigos de barras para identificar nosso preço.
A bossa nova de Jobin sendo substituida pelo Créu de algum igual.
Achamos isso bonito, por que temos que ser igual, e a bossa nova e o mpb são diferentes, são estranhos.
O que vêm acontecendo com a nossa autonomia?
O que estão fazendo com nossa mente?
Um monopólio a princípio visual e auditivo, que logo passará para a próxima etapa, a escravidão de idéias.
Se deixarmos isso ocorrer seremos só ratos aprendendo o caminho do labirinto recém feito pelo grande irmão.
Termino aqui utilizando as palavras de algum diferente.
"Mexa o popozão mas também a cabeça!"

Ass: Diogo Coelho

26 de março de 2008

Fluído



Quero poder sonhar com você.
Deitado na sala de frente a tv.
Quero colorir o céu com a cor do mel.
Fumar meu cigarro e me viciar.
Concretizar e realizar, sonhos de um futuro que estão pra chegar.
Quero poder olhar pra tv.
Reflexo do ego num mundo a morrer!
Mas você não vai estar la.
Quando acordei deixei de sonhar.
Queria ter o que fazer num dia de chuva.
Sem nada a perder.
Sentado na sala olhando a tv.
Vejo o jornal o mundo morrer.
Pego a caneta e tento compor.
Tento fazer canções de amor.
Cego da alma um corpo a sofrer.
Sua pele me irrita, não da pra viver!

Ass: Diogo Coelho

O Despertar de um Não


Me acordei hoje, lembrando de você.
Me levantei e te fiz uma oração, para que você continue a me acompanhar, e acendi um cigarro, dando um gole de vinho tinto, amargando meu paladar.
Sentado em meus sonhos, esmaguei-os com minha sonora displicência.
Sentado em minha displicência, esmaguei meus sonhos com minha rugidez habitual.
Liberei meus demonios, só você me importa!
Liberei você, minha, sem algemas agora!
Seu sem algemas, acordando sem você.
Me busquei hoje e não me encontrei.
Não quiseram me ajudar.
Não quiseram me acordar.
Levantei, fiz uma oração.
Mas continuei dormindo.

Ass: Pedro Gazzinelli

Meme


Recebemos um "meme" da Cris do blog: http://crisbattaglia3.blogspot.com/
O Meme é essa imagem que ilustra esse post.
Não passarei pra frente, por enquanto, por não visitarmos nenhum blog e não termos nenhuma indicação.
Se futuramente tivermos, passaremos.
Grato a Cris e a todos que vistam nossos textos.

Ass: Pedro Gazzinelli, Diogo Coelho e Regies Celso

14 de março de 2008

Inspire


Me chame novamente, amor.
Me ligue de madrugada, de novo; quero você às 4h.
Retrospectiva emotiva do meu “não” no seu ouvido enquanto você diria sim para minhas lamúrias, sim, meu amor!
Quero só você soprando as minhas inspirações no meu rosto, que hoje sente essa brisa fraca corar minhas bochechas de frio.
O seu frio, que me atinge, e me esquenta de raiva por não poder tocá-la.
Sim, meu amor.
Meu anjo sem asas que eu nunca vi, nem verei, nem sonho, mas que me dizem: Sim, existe!
Quem existe amor?
Você inexiste em meus poemas porque não sei sua forma?
Porque não sei quem é?
Porque minhas falsas inspirações arcaicas inexplicáveis?
Me inspire de novo brisa.
Brisa.
Ventania novamente em meu rosto, sim!
Meu teto desabando em meu rosto.
Sinto sua poeira em minhas narinas me asfixiando.
Sua poeira de raiva em mim!
Não!
Hoje eu levanto, olho para o meu lado, meu travesseiro me incomoda, meus dedos estão ávidos!
Meus olhos agora estão atentos, minhas pupilas dilatam, sei sua roupa, seu cheiro!
Hoje eu sou feliz.

Ass: Pedro Gazzinelli de Barros

Irmão



Saudade de quem já não é presente em minha vida, perdi momentos dourados por orgulho, olho para traz e deixo cair uma lagrima pela minha face, descubro da forma mais difícil que o tempo é linear, o que passou não volta mais.
Não adianta acreditar que nada mudou, tudo mudou, choro porque sei que fingimos ser irmãos quando na verdade tentamos é ser melhores amigos, porque o laço irmão foi desfeito por culpa nossa.
É desesperador não te ter por perto, é sofrido o bater do coração.
Viro uma criança desenhando na minha imaginação aqueles corações com nossas fotos e nomes juntos.
O amor é isso, o eu te amo é isso. Confuso, faz você achar que eu falo de uma coisa quando na verdade estou falando de outra coisa.
Falo do amor de irmão, falo do carinho de irmão, tento pescar, você. Você ,o outro irmão e toda nossa família, tentando montar o quebra cabeça, mesmo sabendo que ele nunca vai ficar completo pois esta faltando uma peça, e essa peça sou eu.
É doído escutar uma canção e lembrar de todos juntos, e tentar apalpar aquele balãozinho de revista em quadrinho e descobrir que eles não são mais reais, são apenas lembranças.
Mesmo sendo assim, não desisto nunca, sempre encontro esperança nas palavras de alguém.
E hoje, mais do que tudo tenho certeza que vou conseguir.
Escutei a esperança eterna, escutei te amo.

Ass: Diogo Coelho

12 de março de 2008

Mosaico




Jogo com as palavras, arte, artesão da escrita.
Brinco com as letras, a-e-i-o-u.
Sou poeta, tenho licença para a usura de idéias nada a ver.
Sou um viajante do tempo, passado, presente, futuro.
Sou um alquimista, tradutor da emoção.
Sou sofrido.
Sou quadrado.
Sou um santo, sou um demônio, afinal sou ator.
Coração gelado, coração quente, vida louca, vida fácil, sou artista.
Sou você, sou eu.
Corre nicotina em minhas veias.
Inalo o cinza e exalo o colorido.
Faço um dia de chuva parecer uma tarde ensolarada no Caribe.
Moro em Margarittaville.
Tomo minha cachaça.
Fumo meu cigarro.
Chupo a laranja mecânica.
Mesmo você não acreditando posso fazer e ser de tudo um pouco, afinal sou poeta.
E você é quem?

Ass: Diogo Coelho

10 de março de 2008

Não




“Os pais se perdem pelos chifres e os homens pelas palavras.”



Flutuando, viajando, mole, só sou um fantasma de olhos vermelhos. Não.
Sou comum, só uma pessoa abstrata em um mundo concreto, aonde a formalidade ganha da palavra.
Não! Textos filosóficos e de personalidade perdem para teorias de um pseudo-intelectual puramente técnicas e primárias.
Sim, outra chance jogada pelo ralo, não, não mudei meu modo de vestir, continuou o mesmo cabeludo com a gravata sufocando e a roupa descombinando.
Paro para pensar em qual é o tamanho que me vejo no espelho, e descubro que sou só o João com sementes mágicas tentando subir para o universo de gigantes.
Quero ser ouvido, quero poder passar as minhas idéias e ser compreendido.
Por que ganhei um não quando só queria fazer alguém feliz?
Foda-se, continuo o mesmo cara que você desprezou e no futuro vai ser diferente.
Uma parede escrita no meu quarto traduz sentimentos imortais. Não.
Espero escrever um dia a técnica sempre almejada por vocês e odiada por mim.
Espero desfazer dos meu pensamentos.
Mesmo triste, espero te fazer feliz.

Ass: Diogo Coelho

5 de março de 2008

Forasteiro




Saudade de você, saudade da mamãe, saudade do papai, do meu cachorro, do meu irmão dos meus amigos, da minha vidinha simples de interior.
As vezes sou um jeca mesmo, daqueles que falam embolado e puxando um sotaque quase insuportável de escutar.
Quero acreditar que vou ter um futuro melhor, quero sonhar com um futuro melhor, quero ser o futuro.
Saudade, uma palavra tão gostosa e tão vil ao mesmo tempo, a saudades nos faz perceber o quanto gostamos de alguém, mas também no permite sofrer.
Tento equilibrar o sofrimento de sentir saudade e gostar.
As vezes sou grosso, as vezes sou arrogante, mas de certa forma tem sentido eu ser assim, pra quem vê pode ser que não, mas agüentar essa pressão que explode minha cabeça certas horas é complicado, tente entender o que é um forasteiro numa selva de pedras?
Sou poeta, sou ator, sou um dos palhaços do circo de solé, não escrevo como vejo, afinal sou do interior, e escrever em outro idioma é coisa pra você que se considera um culto e pesquisa sobre teorias da conspiração.
Tem razão quem usa a razão e usa a razão quem não tem razão, afinal razão certas horas é irracional.
Saudade, irracional, mas ao mesmo tempo racional, eu tenho saudade, sou racional, mas a abstração desse sentimento me faz irracional.
Sou irracional, tenho saudade, sou irracional, sou um animal, tenho instintos, sofro com a carência da minha casa, sofro com um animal longe da sua mãe.
As vezes o sofrimento é bom, as vezes nos faz perceber o quanto gostamos de quem sentimos saudades, mesmo sofrendo.

Ass: Diogo Coelho

4 de março de 2008

Ilusões


O Fidel morreu.
Ou talvez tenha morrido apenas nos corações daqueles que ainda gastavam sua esperança numa ilusão comunista.
Há também os que se iludem achando que com a debandada de Fidel a democracia irá se instalar de um dia pro outra e Cuba será um lugar justo e próspero.
O Mundo, inclusive, adora uma ilusão.
Toda semana leio a revista Veja, a mais vendida do país. Detesto a escrita de Veja. Pra mim, não passa de uma revista tendenciosa e “endireitista”. O que me espanta, no entanto, é que os colunistas e os editores de Veja, especialmente o Sr. Diogo Mainardi, escrevem e se comportam como se tivessem vivido toda a sua vida no governo Lula, e aguardam (assim como alguns cubanos aguardam a democracia) uma vitória do PSDB em âmbito nacional.
Mas considero essa reação normal, afinal, todos nós gostamos mesmo é de uma grande mentira.
Uma grande ilusão. É isso que nós gostamos de crer.
Os Holandeses e os maconheiros acreditavam que a legalização da droga iria resolver os problemas, no entanto o resultado foi o aumento nas prisões por tráfico de cocaína. Falo isso de carteirinha, pois essa sempre foi nossa realidade. Acreditávamos que nossa grande liberdade iria resolver nossos problemas.
Prostituição legalizada = aumento no tráfico de mulheres.
No fundo, todos sabíamos que o buraco sempre foi mais embaixo, mas assim como o Mainardi, sabemos que acreditar em Coelhinho da Páscoa, ao invés de saber que papai e mamãe foram quem compraram os Ovos, é muito mais prazeroso.
Isso até saiu na Veja essa semana. Isso mesmo, a mesma Veja que acredita em um Brasil melhor com os tucanos.
Eu, sinceramente estou esperando.
Esperando Mainardi chorar suas pitangas no próximo governo.
Esperando os Maconheiros chorarem pois sua erva foi legalizada e aquele discurso sem nexo de que a “legalização acabará com a violência” não deu em nada.
Esperando essas ilusões sumirem e daqui à algum tempo as próximas povoarem as cabeças humanas:
“Esperem até o governo PT surgir e acabar com essa bandalheira dos Tucanos”
“Esperem até proibirmos essa droga!! A violência acabará”.


Ass: Regies Celso

Reflexões de um andarilho



Inclino meu corpo em meio ao que vejo, linda essa bossa nova que escuto, sonho com esta canção de esperança.
São só memórias de um andarilho, são só palavras de alguém que você provavelmente considera louco, sujo e ladrão.
Em cada canto do mundo pude lastimar minha existência por causa de vocês, nunca me vendo, sempre com medo e esperando que eu suma.
Se esquecem que “um rei pode fazer um passeio pelos intestinos de um mendigo.” já dizia Hamlet, pode-se pescar com um verme que tenha comido de um rei e comer o peixe que se alimentou desse verme.
Sou o que sou, escolhi ser assim, só um intelectual sujo desenhando sua aventura no livro da vida.
Já você me vê como o anti-reflexo de sua própria imagem.
Saio por ai divagando, tentando entender a mística misteriosa que envolve o universo, tentando fazer o futuro melhor.
O que aconteceu com as pessoas? Não entendem que uns tem a vontade dos filósofos de sair por aí e tentar entender o que você nunca quis compreender?
A vida é assim, não entendem que as vezes é preciso largar tudo para conseguir ganhar o todo!


Ass: Diogo Coelho

3 de março de 2008

Sei


Fale-me de seus problemas que eu te ouço.
Me fale que você não consegue fazer o que quer porque se sente culpada.
Me fale que você só erra porque morre de medo de acertar.
Conte-me de todos os seus dias vazios com lembranças de um milhão de bocas.
Me conte que você é capaz de tudo para ser cada vez mais infeliz pois tem medo da felicidade.
Me diga agora que você está sempre cercada de muitas pessoas que são apenas sorrisos porque quando você se deita, nenhuma dessas seria capaz de ouvir seus choros com um olhar compreensivo.
Me lembre hoje que você faz todos olharem para você para que todos percebam que você não precisa de nenhuma deles.
Me conte de todos os seus erros.
Me conte dos seus medos e angústias.
Me leve pro seu mundo imperfeito e vazio.
Me busque na minha solidão para que eu me junte a sua.
Me tire do meu mundo sincero e me leve pro seu mundo.
Me conte tudo isso.
Fale comigo de todos os seus problemas e medos.
Com um olhar compreensivo ouvirei tudo aquilo que já sei.
Hoje é o dia que eu, em todo meu ceticismo amoroso cúmplice de minhas empreitadas faltosas, olho para trás e agradeço as minhas lembranças cheias de (pleonasmo) lembranças.
Nenhuma lembrança ruim irá me assombrar nesse dia tão especial.
Hoje meu coração confuso de pedra sabão se apaixona por meus erros.
Me xingue por ser um grosso cheio de manias estranhas.
Me corrija se eu estiver sendo um idiota.
Me olhe nos olhos, se você conseguir fazer isso sem tampar os olhos com suas mãos delicadas ilusionistas.
Me ligue agora, pois eu quero o prazer de ouvir sua voz embargada de lágrimas.
Me deixe praticar todo meu sarcasmo em cima de seu rosto.
Me chame agora para seu mundo imperfeito e cheio de mágoas e problemas.
E Tchau!

Ass: Pedro Gazzinelli

29 de fevereiro de 2008

Diário III " ......... "




Não me julguem por meus pensamentos, melhor acabar com minha dor do que deixar minha dor acabar comigo.
Tudo que faço é pra poupar vocês dos meus sofrimentos, dos meus lamentos.
Desculpe.



Ass: .........



Mais uma vez, como em toda minha vida, sozinho, numa sala sem muitas coisas, sento no sofá, acendo o cigarro e .......................
Enquanto isso o cigarro queima lentamente no chão, e a fumaça se espalha na atmosfera negra que envolve aquela solidão.


Ass: Diogo Coelho

27 de fevereiro de 2008

Diário II - Encruzilhada -




Chego ao meio de uma estrada deserta, desamparado, precisando de ajuda, olhando para os dois lados, procuro enxergar o que esta no final de cada um, e como se não bastasse vejo outra encruzilhada nesta encruzilhada que me encontro.
É perigoso escolher sem precaução, posso acabar num beco sem saída, como se eu tivesse saída para sair do buraco em que meu beijo “lamentante” não consegue te fazer sentir meus lábios.
Fico atormentado, tão doente com a idéia de tentar olhar adiante e saber o que está me esperando.
Traiçoeiramente.
Com precaução
Em silencio
Escolho um caminho
Será que escolhi o certo?
Será esta minha salvação?
Será essa a rota do meu destino?
Perguntas que ecoam na minha mente!
No fundo sei qual caminho escolhi, só temi o meu final.
Devo decidir agora!

Ass: Diogo Coelho

Parfum


Porte sua elegância que dança com os ombros ligeiramente inclinados, para mim, em particular.
Clara, como meus olhos, que lhe vislumbram em seu perfume, penetrante, inebriante, que me rouba o nexo dos meus casos, já que ele me faz respirar suas palavras que podem ser quaisquer, que impulsionariam minhas pernas cambaleantes, refletidas em seus olhos, sim, deveras, penetrantes.
Alcance seus dedos em mim, acariciando de leve o que eu ouço em você, para que eu possa subir, de novo, ou para que eu possa, até, quem sabe, encarnar o personagem principal dessa peça de giros, voltas, que me fizeram te ter, proferindo (será?) as minhas verdades fúteis e curiosas, à minha musa (você) inspiradora.

Ass: Pedro Gazzinelli

26 de fevereiro de 2008

Vitae


Se me falar às alturas, te calo.
Roubando minhas logísticas simples e complexas não conseguem me convencer.
Não conseguirão me agradar.
Não conseguirão me roubar pois não cederei às chuvas de artifícios baratos para levarem minhas narinas que aspiram idéias mais complexas que sua mesinha de bar irá compreender.
Não me jogue nessa arquibancada de circo sem dono como um macaco indomável que roubaria amendoins que eu certamente desprezo, pois não sou corrompido por elogios provincianos.
Um passo para o topo é aquela pegada que pego, que piso, que me pisam sem dó para que eu não consiga.
Um piso falso, a minha vida por um passo, que tentam pular com rasteiras e sorrisos estampados no rosto
Que rosto é esse?
Não me enganariam dessa forma.
Eu certamente fugiria desse circo.
E sem os amendoins.

Ass: Pedro Gazzinelli

25 de fevereiro de 2008

Diário I - Confissões -



Não aguento mais essa pressão na minha cabeça. Quanto mais tento desviar essa idéia ridícula de não querer viver mais, mais me sinto como um covarde. Fico sentado com meu cigarro, escutando Call me a dog e me sentindo como um cachorro. Fico pensando como os grandes se sentiam com essa idéia ridícula de não querer viver mais. Kurt Cobain o que será que pensou antes de dar um tiro na cabeça? Um pensador, um ideologista de uma geração. Não é o meu! Mas só o citei como um exemplo, o que será que o fez deixar essa idéia ridícula de não querer viver mais dominar sua razão? Pronto, morreu!!!!
Hoje o dia amanhaceu mais real para mim, tive a sensação de ter descoberto o meu real destino, a solidão.... O céu nublado, o tempo frio, o meu coração gelado, tudo triste, tudo real, nada abstrato, solidão, cabeça vazia, idéia ridícula de não querer viver mais.
Será?

Ass: Diogo Coelho

22 de fevereiro de 2008

Gargante


Minhas costas doem de pesar
Meus cães latem nos meus tímpanos, fazendo-os transbordar de desespero
Me ajudem
Preguem-me em um rio de luz
Que me ilumine
Que me sangraria
Meu nome é Tiro
Não acerto
Meu nome é Grito
Não me ouvem
Me larga e tire sua falsidade de cima dos meus ombros
Tire da minha língua esse seu gosto
Meu nome é Sangue
Meu nome é Dor
Não tenho nome e me adapto ao que convir
Não gritem meu nome pois agora quero esquece-lo
Minhas mãos doem de socá-lo.

Ass: Pedro Gazzinelli

13 de fevereiro de 2008

Amém


Livrai-me de todos os meus males que me possuem e me corrõem da forma mais transgressora que você conseguir.
Paranóico como sempre, fantasio as mais loucas alucinações em que você suga as minhas forças com sua leveza sutil e arrebatadora.
Rebato minhas energias e perco meu rumo em troca de prazeres carnais, que mais tarde me comerão por dentro, me matando embanhado em flúidos corporais.
Tragando a vida, e soprando a fumaça de forma paranóica, em todas as direções divergentes, sem nenhum nexo, e sem nenhum objetivo, me sinto pressionado pelos meus desejos, de torná-los realidade, embora os meus desejos me assombrem, pois não estou buscando-os, e sim, assoprando-os junto com meus pulmões.
Entornando meu vinho em cima dos seus pés, que mais tarde secarei de forma carinhosa, com minha displiscência de quem sabe demais, mas não se importa em jogar minha fumaça para o ar.

Ass: Pedro Gazzinelli

11 de fevereiro de 2008

Eternia



Sonhos de uma alma possuída são meus sonhos ou de outra pessoa?
Estou acorrentado, preso no tempo como uma foto eternizada.
Escuto que “o escrever é uma forma de paralisar o tempo para uma melhor compreensão do que foi dito”.
Até onde isso é verdade?
Será que é?
Se for será que quero viver escravizado com o que eu disse?
Escrever é perigoso, “um homem não se banha duas vezes na mesma água de um rio”, ele está em constante evolução, se o homem não mudou, o rio eternamente inconstante não para de evoluir, não para de modificar o ambiente em que esta presente, não para de querer transformar, progredir.
Será que devo escrever, ou seria melhor não escrever nunca e sempre evoluir, não correndo o risco de ficar estacionado no tempo?
Escrever me deixa fadigado de alivio, é por isso que quero para sempre viver em um porta retrato, para que todos olhem e veja a pessoa que eternizou aquelas palavras já ditas outrora por algum sábio que não quis escrever.
Já dizia o grande mestre chinês: “não há nada dito nesse mundo que nunca foi falado por um sábio grego ou um pensador romano”, a questão sempre é, o que não foi escrito pode ser eternizado por mim?

Diogo Coelho

7 de fevereiro de 2008

EU diferente de EU = NÓS



Cansei de ser rotulado, cansei de ser tratado como um produto com seu código de barra.
Eu não sou igual a ninguém, na verdade eu não sou igual todo dia, eu mudo constantemente.
Prazer meu nome é Diogo!
Diogo hoje, amanha posso ser fulano e quem sabe até ciclano?
E você é quem?
Só mais uma maquina de falar que não para de encher meu saco?
Tem dia que a gente acorda com a macaca, todo mundo tem seu dia para mandar a porra toda para a puta que o pariu, pois é, hoje o felizardo sou eu.
Porque você não para de destilar veneno contra mim e me deixa ser assim só por hoje?
Como já disse, amanha eu mudo, amanha sou outra pessoa, quem sabe sou até quem você deseja, as vezes até posso ser seu príncipe encantado
Mas hoje é meu dia de ser o vilão, não o seu vilão, mas o vilão da própria vida.
Chega cansei de ser eu, deixa eu ser nós, entenda que as vezes preciso ser nós em vez de ser eu, afinal eu nunca sou o mesmo, a cada dia estou mudando.
Prazer meu nome é nós!
Nós hoje, amanha quem sabe posso não ser eu de novo!?

Diogo Coelho

28 de janeiro de 2008

Coragem



Gritos de um quarto não param de me incomodar.
Sinto um sufoco de dentro do porão da minha alma.
A necessidade de ajudar me puxa como um imã para a porta trancada.
Preciso de coragem para desbravar o interior fechado.
Preciso saber o que está acontecendo dentro daquele retiro misterioso.
O que fazer?
Desafiar a mim mesmo e tentar entrar, ou fugir como covarde?
Atravesso o lago de sentimentos sem dar uma moeda a Carontes
Sei que posso estar armando minha cruz, mas prefiro lutar do que ser sempre taxado um ser amendrontado.
Busco conselhos no meu inferno interior, pois é lá que fica a coragem, trancada em uma gaiola dentro do meu coração para se tornar dificil de ser achada.
Essa é uma guerra que nem os mais fortes e os maiores podem vencer com a força física.
Essa é uma guerra que deve ser vencida com retidão.
O guerreiro em busca de algo melhor, lutando pela coragem.
De repente abro a porta, e o que vejo lá dentro me surpreende.
Os gritos eram meus, pedindo ajuda, finalmente pude me ajudar.
Achei a coragem para desafiar o mundo.


Ass: Diogo Coelho

23 de janeiro de 2008

Camaleão



Não sei o porque de palavras cheias de veneno para me derrubar.
Não sei quanto tempo vou durar nessa guerra verbal.
Sempre sou atacado com duras frases que me puxam para o inferno astral.
Convicto de que sou inocente, olho em volta e vejo arranha-céus tocarem o infinito.
Tento me recuperar fingindo ser grande, um camaleão fora de seu habitat.
Um ser que não consegue se camuflar, que acha que está invisível para todos mas no fim esta se expondo mais do que nunca.
Tento lhe mostrar o quão errada você está, tento te fazer entender que tudo não passou de um mal entendido, tento desesperadamente abrir seus olhos, porem a cada minuto que passa são os meus que estão se fechando.
Sou um catador de sonhos, afinal é só isso que posso ser, pois a realidade não pode ser apanhada, deve ser sofrida no fundo da alma, deve ferir a carne que você começou a machucar.
Minha realidade é o sofrimento de suas palavras amaldiçoadas.
Minha realidade é o tormento infinito que você causou com suas atitudes.
Me restam os sonhos, isso é se conseguir sonhar com essa dor absurda que toma conta do meu corpo como um câncer.
Tenho que ser aquele que pega os sonhos para sonhar, afinal sonhar diferentemente da realidade não machuca ninguém, pelo contrário, é a melhor forma de me esconder de quem já me machucou, afinal sou um camaleão.


Ass: Diogo Coelho

Gesticule


Lembro-me de todas as suas risadas que me enchem de esperança para que eu acorde vendo elas bem próximas de mim.
Eu saboreio todas elas, já que gosto de sentir o gosto das coisas.
Você, assim como eu imaginava, me entretem com seus gestos que nada significam, mas eu fantasio situações para que eles me atendam da maneira que eu melhor entender.
Leve.
Minhas recordações não me remetem a você, mas sempre me policio para que você se torne parte das minhas recordações, vivas ou não, para que seu rosto não se torne apenas mais uma lembrança cinza, que eu não conseguiria mais distinguir das demais.
No entanto, seus gestos são apenas os mesmos, e sou eu quem tento transformá-los em distintos para que, dentro de mim, você seja diferente.
Gesticulando como as demais, eu me vanglorio de ter nos meus braços os mais belos gestos que já vislumbrei.
Os seus, e os iguais aos seus, mas que serão sempre diferentes dentro de mim.

Ass: Pedro Gazzinelli

4 de janeiro de 2008

Será?


Será que eu preciso mesmo de me extravasar disfarçadamente para que me expresse melhor do que qualquer palavra transcreveria?
Será que meus dilemas serão absortos pelas palavras alheias que esmagarão minha boca imunda de tristeza?
Será que conseguirei resolver qualquer problema expondo minhas revelações impressionantes?
Será quando tomarei um imenso soco na cara e acorde para as minhas reais idéias?
Será quando você, minha inspiração mutante, se materializará em um acontecimento marcante?
Será que você, essa inspiração fugaz e instigante, se inspirará em mim para proferir algo bonito?
Será que eu te seguirei eternamente em busca da minha fidelidade espontânea?
Ou será que eu buscarei eternamente pela declaração perfeita?

Ass: Pedro Gazzinelli

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