17 de agosto de 2010

O Suor das Pedras


Foi nessa época que percebi.
Se pensar enlouquece, e essa loucura me consome.
Se toda poesia, toda subjetividade.
Se erguemos pedras todos os dias, e as pedras sempre caem sob minhas costas, cansadas, meus cacos.
Ergo as pedras sobre minha cabeça.
Sob o Sol suo minhas forças, minha vontade de felicidade, minha ânsia enclausurada de viver.
Aquilo incondicional, há que ser incondicional.
Não exponho meus cacos. Junto-os e deixo-os ir.
Deixo, para que não me consuma
não me consuma
não me consuma.

Ass: Pedro Gazzinelli de Barros

10 de agosto de 2010

Gira, Gira...




Vamos então comemorar o perdão, o antigo amigo, as novas emoções e as velhas lembranças.
Vamos lá, já que meu passado gira, gira, gira...
Vamos lá sentir uma naturalidade em ficar só, tão antes incomum.
Vamos lá?
Até quando então vou me flagrar com aquele aperto.
Eu deveria ter voltado?
Te deixei ir.
Você, sabe, vamos lá, não existe egoísmo em amor, amizade? Não.
Te deixo ir e guardo o que há de bom.
Te deixo ir de mim e ser feliz em qualquer lugar.
A torcida é minha por você, em qualquer lugar.
Vamos lá, vamos cá. Me deixe treinar “ora pois”.
Me deixe voar.
Quem deixa?
Someone like me.

Ass: Pedro Gazzinelli de Barros

7 de agosto de 2010

2010. E agora?


Bom, como eu já tinha lembrado anteriormente, esse ano, assim que a gente começa a esquecer a Copa do Mundo, vem as Eleições para Presidente, Governador e Senador.
Aqui, em Minas Gerais, estamos especialmente ferrados nessas eleições, mas não só nós. O Brasil todo.
Nas fatídicas eleições de 1989 tínhamos 14 candidatos com condições reais de chegar à Presidência. Eram 20 candidatos. Tudo bem que, aquela época, em primeiras eleições após 25 anos sem diretas, havia a criação desenfreada de partidos políticos, e as vastas e esdrúxulas coligações não haviam nascido. Mas hoje em dia a falta de candidato está beirando o desespero.
Nas eleições que se aproximam, temos, de fato, dois candidatos com possibilidade de chegar ao Planalto. Dilma e Serra. Cel. Michel Temer como vice de Dilma e o playboy Índio da Costa como vice de Serra completam o pacote.
É de levantar as mãos pros céus e se perguntar: E agora José? José, não dá, e convenhamos, ta difícil acreditar em um governo exemplar da Sra. Rousseff em caso de vitória. Sobra a Marina, que ta na crista da onda, mas acredito que na hora “agá” não alavanca nos votos. É uma situação difícil porque temos que escolher, em suma, o menos pior. As coligações desenfreadas em busca de maior tempo na propaganda política na TV e na “viabilidade de se governar” em Brasília chegaram a tal ponto que estamos nos aproximando do modelo americano de bipartidarismo. É de chorar. Tirando um pouco do foco nacional e se aproximando do cenário Mineiro, vemos uma situação mais indignante ainda. Antonio Anastásia (PSDB - DEM) e Hélio Costa (PMBD - PT) polarizam a disputa pelo governo do estado nos moldes do panorama nacional das coligações PSDB-DEM e PMDB-PT. Chega a ser ridículo Fernando Pimentel, Prefeito em dois mandatos da capital, aprovação superior a 90% abrir mão da candidatura do estado e Patrus Ananias ex-Prefeito e ex-Ministro de Estado do governo Lula aceitar ser vice de Hélio Costa em troca de um acordão com o PMDB. É revoltante. Hélio Costa é um ex-jornalista e político duvidoso que tem altos índices de aprovação no interior em troca de algum tipo obscuro de politicagem. Antonio Anastásia, meu ex-professor na Faculdade de Direito Milton Campos, é um técnico excepcional e é dono de uma respeitável carreira acadêmica, mas não é um político, além de ter se embrenhado em meios aos Coronéis resistentes da época da ditadura, hoje habitantes em terras do DEM.
Nós sobra a eleição para Senador, que de longe, conta com a melhor disputa entre todas as que iremos votar. Aécio Neves, ex-Governador por dois mandatos, Itamar Franco, ex-Presidente da República e Fernando Pimentel, ex-Prefeito por dois mandatos disputam duas vagas no Senado. O grande problema é que como o mandato de Senador é de 8 anos, é muito possível que nenhum dos 3, se eleitos, irá cumprir o mandato até o fim. Itamar Franco, no auge de seus 80 anos, pode até chegar no final do mandato, mas, convenhamos, sem duvidar da capacidade laborativa do Itamar, é complicado votar em um candidato de 80 anos, para um mandato de 8 anos, em que seu suplente é ninguém menos que Zezé Perrella do DEM. Zezé, Presidente do Cruzeiro Esporte Clube e empresário é conhecido por suas atividades, digamos, duvidosas. Aécio Neves, por sua vez, é novo, já que com 50 anos, chega ainda novo no final do mandato, aos 58. No entanto, se Serra não ganhar as eleições, quem vai ser o candidato do PSDB em 2014? Seu suplente é ninguém menos que Elmiro Nascimento do deplorável DEM, ex-Prefeito de Poços de Caldas que recebeu denúncias por má gestão durante seu mandato. O segundo suplente de Aécio Neves é Tildem Santiago, que era do PT e até foi embaixador de Brasil em Cuba durante o governo Lula. Dá pra entender?

Ass: Regies Celso