16 de abril de 2008

Coluna 5: Parte 2


É discutível.
É discutível pesquisa com células-tronco, aborto.
Todo mundo discute, a Igreja discute e nós, reles mortais, dizemos “Amém”. Dizemos amém para os cientistas ou amém para o Bento, ou então, dizemos amém para o médico em seu porão quando algo dá errado.
O direito civil tem uma concepção de vida, no qual quando a pessoa nasce, e respira, tem vida. A partir daí nasce a personalidade civil. Nasceu morto, é “natimorto”. O “natimorto” é aquele feto que morre ainda no útero, portanto, não tem personalidade civil. Faz diferença? Faz.
Se uma criança nasce com vida, ela tem herdeiros, se nasce morta, sem personalidade, não.
O problema é que a medicina considera a vida antes, e a própria experiência nos mostra que crianças podem nascer com sete, até seis meses de vida, e ter uma vida normal.
Então, quando abortar deixaria de ser tirar uma vida?
Quando, realizar um aborto não seria um assassinato?
Levaríamos em conta o Direito Civil que considera a vida apenas após o nascimento de fato?
Levaríamos em conta qual parte do nosso direito penal?
Levaríamos em conta que “melhor tirar a criança na barriga do que abandoná-la na lagoa da Pampulha?” Ou “melhor tirar a criança na barriga do que jogá-la pela janela?”.
A solução é jogar camisinha para o povão? Política de prevenção?
Essa solução, claro, é ineficiente. A população sabe sim, que sem camisinha, vai nascer alguém. Camisinha e programa de controle de natalidade são velhos conhecidos.
A população sabe disso muito bem, e o problema é aquele velho pensamento de que “não vai acontecer comigo”.
Podemos levar em conta um crime (jogar o filho na lagoa da Pampulha) para legitimar outro (aborto)?
Podemos legitimar então o aborto até três meses de gestação? Podemos legitimar jogar um filho pela janela até três meses de vida, seria um período de experiência. Não gostou, joga na lagoa, na janela, onde achar melhor.
Não gostou da gravidez? Tem até três meses, depois que agüente.
É um pensamento radical? É.
Radical as atitudes também.
Enquanto isso continuaremos acompanhando o caso da menina jogada pela janela, da menina na lagoa, e das clínicas que todos sabem, mas ninguém sabe, ninguém viu.

Ass: Regies Celso

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