11 de março de 2009

Mochileiro



Tijolo por tijolo eu continuo construindo minha prisão, linda e bela com meu ar condicionador no máximo, estourando, congelando minha fortaleza da solidão.
Queria subir na laje e soltar minha ultima pipa colorida, queria só avisar a quem estiver vendo que eu continuo a mesma criança de sempre. Boba.
Um grito que já não pode ser ouvido explode na minha boca, volta, um silêncio depois da tempestade me faz agredir a realidade, não dá sem você!
Meus vícios já não me livram e chegou a hora de eu encarar o que eu tenho mais medo, meu coração.
Paro para pensar nas fábulas em que o dragão espera ansiosamente para o encontro com o herói, o que fazer se eu for o dragão e o herói ao mesmo tempo?
Me rastejo contra a lua, brigo com o sol, soco o vento, tudo para poder sentir seu perfume adocicado que invade o meu ser.
O que será que faz a terra girar?
Queria ter o anéis de saturno, as águas da terra e a felicidade que um beija flor me levou.
Mil poesias me calem agora e sejam minha sombra de tranparência.
Que um milhão de anos passem antes de você conseguir me calar.
“Sonhei que o fogo gelou, sonhei que a neve fervia, e eu sabia que o sonho era bom, por que ela sorria, até quando chuvia.”
Uma década perdida, como não acabar o que comecei de construir?
Dia após dia de novo, me diga baby, qual o significado disso tudo?
Toda essa politicagem, sobre a vida e a morte, é a minha existência.
Ser.
Tudo que tentamos falhou, o frio da Meca nos provou, nós sabemos que acabou.
Seja igual você.
Nós seguimos igual todo mundo, a Meca da insegurança.
Seja igual você.
Não deixe que os perdedores te digam o que fazer.
Seja igual você.
Não tem ninguém que faça como você faz.
Ó me diga porque isto tudo está acontecendo?
Ó me diga se devo acreditar em tudo?
...

Ass: Diogo Coelho

9 de março de 2009

Lulla



Parem tudo.
De pensar, trabalhar, até de respirar.
Em toda minha vida de acompanhante da política brasileira venho sendo forçado a acreditar em tudo, em todas as alianças, conchavos, joguinhos, em tudo. Tudo.
Quase tudo. Na minha concepção, apenas uma hipótese nunca iria acontecer. Lula, querendo ou não, maior figura política do país, jamais chegaria perto da sombra daquele que, enfim, delle. Elle.
A máquina locomotiva trem bala, PMDB, no entanto, através do “saudoso” Renan Calheiros, realizou a façanha. Tudo bem, não estou falando de um recondução delle para o Palácio do Planalto, mas Lula jamais conduziria ele para lugar nenhum, nem uma caroninha para a padaria.
Isso no imaginário dotado de bom senso. Não na realidade dos caciques da política brasileira. Elle na presidência da Comissão de Infraestrutura do Senado não é um simples absurdo político, como o que Lula realizou na semana passada ao beijar a mão de Jader Barbalho, sim, Jader Barbalho. Elle em qualquer lugar diferente do ostracismo em que esteve nos últimos 17 anos é inaceitável, ou melhor, é algo que palavras não podem nem expressar.
Apertar a mão de Jader, ficar a favor de Severino, Dirceu, Palocci, nós entendemos tudo. Nós entendemos tudo, e não falo isso com uma ótica de “eu avisei”. Falo isso sobre a ótica de um, digamos, petista. Falo isso sobre a ótica de um que engorda a aprovação de 80% do barbudão.
Que o Brasileiro tenha memória curta eu entendo.
Mas não nesse caso. Uma geração inteira pode desconhecer elle, mas essa história não pode se desfazer com o tempo.
Lula reconduzir Collor a qualquer lugar é um evento que merece uma foto para a posterioridade. Uma foto para pensarmos:

-Chavez ainda irá jantar com a familia Bush.

É algo que nos enche de esperança, pois a partir de agora estamos livres para podermos pensar que sim, tudo é possível.
Divagar sobre o porque dessa manobra, é, em suma, algo até desnecessário. A figura máximada política brasileira não tem seu sucessor, e para emplacá-lo, vale, agora, tudo. Valle tudo.
Se vamos, ou não, “deixa-lo só” é uma incógnita. Mas seu simples ressurgimento merece, mais que nunca, uma grande frase:
“Tu quoque, Brutus, fili mi!”


Ass: Regies Celso