11 de fevereiro de 2008

Eternia



Sonhos de uma alma possuída são meus sonhos ou de outra pessoa?
Estou acorrentado, preso no tempo como uma foto eternizada.
Escuto que “o escrever é uma forma de paralisar o tempo para uma melhor compreensão do que foi dito”.
Até onde isso é verdade?
Será que é?
Se for será que quero viver escravizado com o que eu disse?
Escrever é perigoso, “um homem não se banha duas vezes na mesma água de um rio”, ele está em constante evolução, se o homem não mudou, o rio eternamente inconstante não para de evoluir, não para de modificar o ambiente em que esta presente, não para de querer transformar, progredir.
Será que devo escrever, ou seria melhor não escrever nunca e sempre evoluir, não correndo o risco de ficar estacionado no tempo?
Escrever me deixa fadigado de alivio, é por isso que quero para sempre viver em um porta retrato, para que todos olhem e veja a pessoa que eternizou aquelas palavras já ditas outrora por algum sábio que não quis escrever.
Já dizia o grande mestre chinês: “não há nada dito nesse mundo que nunca foi falado por um sábio grego ou um pensador romano”, a questão sempre é, o que não foi escrito pode ser eternizado por mim?

Diogo Coelho

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