30 de janeiro de 2011

A minha fé eterna


Passamos toda a nossa vida em busca de algo, ou de alguém, de alguma coisa que nos faça sorrir, ser feliz e ir “em frente”.
Me rendo ao poder alheio de me motivar e me alegrar, minha tristeza com minhas frustrações, meus erros, e as pessoas que distanciei de mim por não conseguir ser o que eu não sou.
Choro aos prantos negros, aqueles panos brancos, aquela sua rotina que me irrita em sua sistemática que me dá vontade de ser você em toda a sua imperfeição, pois não consigo idealizá-la sem te enxergar completamente perfeita em sua alma bela que eu jamais terei.
Vivo a minha mentira, mas por não conseguir esconder minha verdade, fui sendo verdade e minha verdade só eu sei que não irá me aproximar de ninguém.
Passo a minha vida tentando fugir daquilo que eu sou, e tentando não frustrar aqueles que, no fundo, sinto saudades, e morro de vontade de tocá-la, uma última vez, para poder me arrepender depois, por não ter conseguido te mentir e fazer acreditar que no fundo, eu não sou nada disso.
Se, como diria a outra, a doença só se curará com outra, eu me afugento em sonhos, em dúvida se eu tenho essa capacidade de afastar meu altruísmo com a ignorância que eu considero em todos, e de me curvar que, na realidade, o ignorante sou eu.


Ass: Pedro Gazzinelli de Barros

25 de janeiro de 2011

"Dor de um ano e tal"


Parece inevitável, tudo girando ao meu redor, sem nada a perder me arrisco por tão pouco.
Às vezes me pego dentro da minha bolha, perfeitamente protetora, ali dentro posso tudo, sou dono de mim, não há quem me controle.
Tão cansado de todas essas farsas, tão cansado de passar noites acordados, em claro, com pensamentos subliminares, me sinto um caco, o que busco é poder respirar novamente, que sombra é essa que assola minhas noites de insônia?
Um desabafo desesperado lastreia páginas de um caderno velho e usado, folhas rasuradas descrevem perfeitamente como me sinto, ora certo, outras errado, corrigido, riscado e reescrito.
Muitas vezes o caminho é tão longo, tantas vezes fico perdido em linha reta, querendo e precisando achar quem sou eu de verdade, porque o de mentira nunca me abandona.
Quando vejo caricaturas de mim mesmo entendo o porquê de ser igual a um palhaço, tão difícil de entender, tão complicado de achar graça, mesmo assim dou gargalhadas em frente a um espelho quebrado que reflete mil imagens de mim.
A penumbra me lembra que minha sombra é a verdade querendo sair da caverna que guardo dentro do meu coração, que dor é essa que não consigo suportar? “Dor de um ano e tal”.
De certo tento escrever desabafos de um artista que não consegue enxergar seu caminho, um solitário em busca de esperança, em busca de algo a mais que o faça curar seu coração quebrado.
Tortuoso as vezes, o suor escorre pela pele, desesperado para se refrescar em suas próprias lagrimas, afundado no mais puro ostracismo, ali, longe de si mesmo, encontro meu eu vazio vagueando por entre desertos, sozinho, querendo me achar.
Procuro razões pra me convencer, a vida já não é mais um quebra cabeças pra se montar.

Ass: Diogo Coelho

3 de janeiro de 2011

Que de fugaz me esquenta


Digo que o afeto é maior que o amor, que se mostra tão próximo do ódio. O afeto acalenta a alma, e não pede a mão em troca.
No auge do meu romantismo incurável, sempre enalteci o amor à todos os outros sentimentos, que são, em sua maioria condicionáveis, a contra-mão do indelével amor incondicional e eterno.
Me rendo à minha paixão, que de fugaz me esquenta e de rotineira não periga, me abandona como veio.
E me deixa rindo atóa.


Ass: Pedro Gazzinelli de Barros