20 de julho de 2008
A noite
Tenho medo do escuro ao mesmo tempo que o contemplo. Meus fantasmas saem a noite, procuram me assombrar.
Tenho que achar a luz, tenho que iluminar o meu porão...
...A luz acabou.
Impera a escuridão.
Ando por aí, sem rumo, um desconhecido que fica invisível.
Vejo uma fogueira na casa ao lado, cantos assombrosos entoados por pessoas que nunca vi.
Me aproximo, tento criar coragem e afastar a atmosfera fantasmagórica que invade aquele quintal.
Me sinto isolado, sozinho. Tento entender o que esta acontecendo ali dentro, mas a luz da fogueira não é suficiente para me dar um entendimento certo.
Sinto medo.
Arrepio.
Como nunca percebi aquilo antes? Sempre estivera ai, não é a primeira vez que isso ocorre. As vezes é no escuro que enxergamos o que esta bem na frente de nossos nariz.
“Quando não se vê com muita clareza toda ação se torna naturalmente confusa.” Pode parecer um absurdo mas precisei do escuro pra entender realmente o que acontecia ali, não só entender, mas também enxergar.
Começo o caminho de volta para minha casa, andando pela rua escura, tento clarear meus pensamentos, e então percebo o que realmente aconteceu naquela casa ao lado.
As luzes voltaram.
Tudo normal outra vez.
A fogueira apagada, e a quietude prevalece naquele quintal outra vez.
Entro em casa, deito na cama e vou dormi com a certeza de que a lição foi aprendida.
Boa noite.
Ass: Diogo Coelho
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