9 de abril de 2008

Prelúdio III



Enterre o morto, o dia não amanhece mais, é no seu sangue que compreendo a origem.
Do pó ao pó.
História é só história, e a vida está rindo do meu desespero.
Construo torres para me proteger da falta de você.
Venha comigo, não tenha medo.
Morto pelas suas mãos, me leve para casa, para limpar esse corpo.
Criança em silêncio.
Inacreditável, como a separação de duas almas pode acabar com um organismo.
Em nome do Pai, do filho e do Santo espírito de Deus tenho que deixar você ir.
A luz da minha salvação dentro dessa máquina.
Roda mundo, roda moinho, acabe com esse ciclo de sofrimento.
Tudo que eu disse se tornou verdade, te perdi, me perdi.
Melodia final de uma música real.
Você foi tudo para mim, não me diga para esquecer e seguir adiante.
Sozinho na madrugada, sozinho sem você, você se foi, eu fiquei.
Mais uma vez entôo um canto lamentante, desesperado.
Cadê você?
Como te encontrar novamente?
Queria ser resgatado novamente pelo seu calor, queria passar minha mão pela sua face uma ultima vez.
Você se foi, foi tão difícil se ver cumprir aquilo que tinha sido dito.
Foi eterno enquanto durou, acabou, e hoje é eterna a lágrima que se esvai de mim.
Hoje é eterno.
Hoje sou só eu atormentado pelos meus fantasmas.
Preciso de você.

Ass: Diogo Coelho

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