17 de dezembro de 2009

Depois



Me despeço mais uma vez, com tudo adquirido e muito tentado passar.
Em dias me lamentei, em outros chorei, em buscas perdi, em perdas achei.
Mais uma vez pude contar e brincar de contar, dia após dia vi o que queria falar.
Me despeço, até quem sabe, o dia que retornará, as palavras não se cansam de delinear.
Até quem sabe eu parar de gritar, deixarei sufocar, viverei pra sondar, buscarei me completar, sim, a escrita poderá mudar.
Até quem sabe o mundo acabar, o ano começar ou a inspiração sublimar. Até quem sabe o poeta voltar, o livro desenhar, imagine então quando as palavras se “juntar”, aí sim, quem sabe, poderei voltar.
Em dias pude cantar, em outros contar, quase nu, pude me mostrar. Brinquei de atuar, atuei de brincar, escrevi meu pensar, pensei em trovar.
Mais uma vez me despeço, de mim, de você, mais uma vez me repito.


Ass. Diogo Coelho

14 de dezembro de 2009

Até


Oi! Sou eu, aquele que te fez feliz, que te fez sorrir, que te fez chorar.
Aquele que tomou Brahma às 4h.
Aquele que te amou, aquele que te odiou, aquele que te xingou e te mandou flores.
Oi, sou eu, aquele que não te esquece, mas não te conhece.
Oi, você passou rápido, aonde vai?
Oi, nesse você passou rápido ou passou devagar? A cada dia mudo de opinião sobre você.
Agora você quase não está mais aqui. Agora você quase me mata de angústia.

Tchau.

Até, 2009.
Até 2010.

Ass: Pedro Gazzinelli de Barros.

2 de dezembro de 2009

Segredo



Tento agora escrever uma obra prima, lapidando palavras e exprimindo sentimentos, tudo para que um dia o eterno esteja fixado em uma folha de papel.
Sinto que o tempo passa e quando penso onde estou, vejo que estou vivendo no futuro, pensando no passado e passando o presente, não posso mais ser assim, porém tão cansado e com dores pelo corpo todo, me sinto bem vivo para saber que dói, dói muito saber que eu sempre serei um pensamento na cabeça idealista de alguém, e não verdade.
É verdade que às vezes mentem sobre como você deve ser, ou melhor atuar, mais uma vez, tão cansado de ser levado por correntes verbais que te jogam de um lado para o outro que só fará você permanecer do lado mais sofista, lado este que é fruto de entendimento real, e não fruto de pensamentos surreais e as vezes até mentirosos.
Tão cansado de escrever, tão cansado de querer, sopro até explodir, tentando mover o moinho que deixou de rodar por causa da falta de saliva de um beijo que de dilúvio passou a ser seco.
Ó, parece que estou afogando devagar, ó, tudo parece melhor quando começo a me afastar, já sinto tanto frio, já sinto tanto medo.

Ass: Diogo Coelho