27 de abril de 2007

A Vontade

Paredes manchadas, o sentimento de vazio, a cigarra fora da casa cantando para meus ouvidos murchos ouvirem.
Saio de casa em busca de barulho, mas tudo o que encontro é um vazio urbano que não enche minha alma com o cântico dos Deuses.
Entro na cela, o manjar das criaturas está posto, sento para me servir e conseqüentemente morro para poder viver de barriga cheia, que mais tarde irá explodir em vermes cósmicos de natureza incerta.
É isso que sinto, este vazio, essa confusão, a razão de que quando eu acordar novamente irei acender meu cigarro e a realidade de estar sozinho me preencherá por inteiro.

Ass: Diogo

24 de abril de 2007

Coluna 2


Tenho visto atualmente alguns ambientalistas excêntricos alarmarem sobre o risco de derretimento das calotas polares, efeito imediato do aquecimento global.
Seria uma imensa e trágica catástrofe global.
Todos concordam que devemos nos preocupar e diminuir o aquecimento, que o nível do mar vai aumentar, que não sei o que mais. Eu não.
Sob a minha ótica individualista e Belo Horizontina, acho que vai ser ótimo para mim e para o Brasil.
Vamos seguir Jack Estripador e prosseguiremos por partes:
Com o derretimento das calotas polares, o nível do mar irá aumentar e inúmeras cidades litorâneas irão acabar.
Perfeito.
Vamos lá! De norte a sul, uma a uma:
Amapá: Nunca tinha tido conhecimento que lá tinha praia até escrever esse texto e examinar o mapa brasileiro, foda-se se irá sumir.
Pará: idem
Maranhão: No alto de minha ignorância, acredito que o Maranhão seja um estado pobre, o máximo que irá acontecer se essa porcaria sumir, será uma escalada do Brasil no ranking da ONU, rumo a proximidade dos países ricos.
Piauí: Não sei nem qual a capital do Piauí, quanto mais a sua importância para o Brasil. Foda-se ao quadrado.
Ceará: Sempre se falou das lindas praias do Ceará, mas desde que eu me entendo por gente, também sempre se falou da pobreza do povo cearense, da seca, da zica, da merda que é lá. Nunca fui, mas se sumir, não vai me fazer falta. O ranking da ONU que nos aguarde!
Veio aqui no meu mapa de consulta: RN. Nem sei o que é.
PB e PE. Não sei qual é Paraíba e qual é Pernambuco. Aposto meus ricos reais que recebo de salário que os demagogos universitários brasileiros, em sua maioria também não sabem, mas ficariam putos de ouvir isso.
Alagoas: O máximo que eu sei de lá é que todos adoram o Collor. Um povinho desse tem é que sumir mesmo.
Bahia: O primeiro dos Estados que importam que eu queria chegar. Se Brasileiro tem fama de preguiçoso, deve ser em parte, ou em sua totalidade, culpa desse povo comedor de acarajé. O desaparecimento de Salvador, acabaria com a musica bahiana, com o Axé, e daria moral ao resto da população que se desvincularia desse bando de preguiçoso que acaba com a reputação do País.
Espírito Santo: Se existe um Estado insignificante e corrupto no Brasil, pronto, ta aê.
O Espírito santo não tem sotaque, não tem time de futebol e é o paraíso da picaretagem. Quer um diploma de conclusão de 3º ano sem nem saber ler? Quer fazer falcatruas, tráfico de drogas, tráfico de mulheres, tráfico do caralho a quatro? Tá em casa!
Vai com Deus!
Rio de Janeiro: Putz. Sotaque insuportável, jeitinho insuportável, maior favela do Brasil, maior índice de traficante, pivete, trombadinha e maloqueiro por metro quadrado. Escola de samba. Polícia corrupta. Pessoas corruptas. Estado sem valor moral, repleto de favelados que só aumentarão as estatísticas de que o Brasil é um país fudido. Além de ser um grande empecilho para a realização da Copa de 2014. E se a praia chegasse a Juiz de fora, ia ficar mais perto pra gente.
São Paulo: Estado cheio de maloqueiro, corintiano, assassino, assaltante, traficante. Repleto de presídios onde fica a escória Brasileira. Apesar de ser o Estado mais rico, é também lá que acontecem os grandes vexames da criminalidade no país.
Essa riqueza a gente dispensa. Ainda por cima, é cheio de japonês. Vai pro Inferno.
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul: Nada contra, apesar do sotaque sulense ser meio irritante às vezes e da viadagem Gaúcha , não escolheria o dizimamento dos mesmos.
Mas como diria algum sábio: Pra fazer uma omelete tem que quebrar ovos, ou, pra fazer num sei o que, alguém tem que se fuder, ah sei lá!
Só sei que:
Minas teria praia próxima.
Acontecimentos esportivos internacionais seriam freqüentes sem a bandidagem que não mais assolaria o País.
Minas seria o Estado mais rico
Sem o bando de morto de fome do norte/ nordeste, não teríamos mais campanhas políticas vazias de assistencialismo barato pra saciar a fome desse povinho, e subiríamos de posição no Ranking da ONU!!
Ele que nos espere!
E que derreta logo esses Icebergs!
Nós estamos preparados!

Ass: Regies Celso

13 de abril de 2007

Coluna 1: 2010

Existe um jargão de boteco que reza que três coisas não se discutem: Futebol, Religião e Política. A julgar pelo andar da carruagem, com muita sorte, em 2010 conseguiremos unir nosso três assuntos indiscutíveis prediletos.
Com as atuais convocações do fashion Dunga, é de se temer, se o porco-espinho continuar no comando da seleção, qual será o nosso destino na copa do aguardado ano de 2010. Vai dar pano pra manga.
Outra, todos nós sabemos que o Joseph sei lá o que, também conhecido como Bento XVI, não vai durar demais, visto que já pegou o cedro tropeçando nas botas. Portanto, com alguma sorte o representante de Deus abotoará o paletó em 2010, para que aguardemos mais um conclave.
E, claro, como já é de costume, temos que, em pleno ANO DE COPA, apertar aqueles botõezinhos e colocar um sujeito no palácio do planalto.
Pois bem, após esse preâmbulo, era esse o ponto em que queria chegar.
É fato que hoje no Brasil temos um país politicamente dividido em dois pólos partidários: o PT e o PSDB. Apesar do PMDB ser o maior partido do Brasil na atualidade, quem dá as cartas são os dois partidos citados.
Levando em conta que Lula, a partir do esperado ano de 2010, passará o bastão para frente, uma vez que terá passado oito anos com a faixa entre os ombros, iremos eleger uma nova cabeça para administrar o nosso País.
É aí que entra o medo.
Vejamos por uma ótica bem prática. O Lula não pode mais concorrer, logo o PT, pólo 1, terá que lançar um outro candidato. O PSDB, pólo 2, tem dois candidatos naturais e um correndo a alta velocidade por fora. Se Geraldo Alckmin ou José Serra concorrerem novamente, provavelmente serão escolhidos numa eleição sem graça e com candidatos que o país não quer. É claro. Todos têm o direito de não gostar do Lula, mas trata-se da maior figura política do país, e o PT não têm ninguém pra ir lá botar banca pros Tucanos retrógrados. Sem contar que a disputa política, que é o nosso maior prazer na discussão, acabará.
Uma outra hipótese pode ser levantada ainda com a prerrogativa de que José e Geraldo sejam candidatos, ou um ou o outro. Vejamos:
Foi eleito para um mandato de Senador em 2006 um velho conhecido nosso que está doido para lavar a sua alma e concorrer a Presidente. Isso, o Collorido. Com alguma sorte, poderemos vislumbrar um segundo turno, Geraldo Alckmin e Collor. Seria lindo. O bacana é que o Brasil perderia totalmente o embate político de pólos partidários, afinal, quem o Pólo 1 apoiaria nesse caso?
A melhor solução de todas é abrirmos mãos de achar que vamos ter um Presidente decente e colocar um “meia bomba” que ganharia fácil e afastaria os fantasmas retrógrados e Colloridos das nossas mentes.
Instaurada a campanha!
Explicarei: O PMDB, atual maior partido do Brasil, é base governista do PT, mas nunca foi muuuito de Direita, e nem de Esquerda, portanto, se enquadra nos moldes de qualquer político. É quase um coração de mãe, sempre cabe mais um. E o filho pródigo a casa torna. Embora não tenha consciência se o dito cujo que irei citar é Pródigo ou não, visto número de soadas de nariz que dá em seus discursos, Aécio Neves já foi do PMDB. Isso mesmo, e inclusive experimentamos o gosto de Aécio Presidente durante alguns dias de algum ano que eu não me lembro, quando o mesmo era Presidente da Câmara pelo PMDB.
Abre parênteses para os completos leigos: a linha de sucessão no Brasil é Presidente, Vice-Presidente e após, na ausência desses, o Presidente da Câmara.
Enfim, retornando ao raciocínio, com Aécio no PMDB, o PT está salvo. Não terá que retirar da cartola uma figura política carismática e com chances de ganhar as eleições. Essa figura não existe no PT. Em contra partida, apoiar o PMDB é algo natural.
Com essa hipótese, a rixa política, tão saudável para o País, não acaba, já que Zé e Geraldo podem continuar correndo na disputa, ou um ou outro, e o embate com os dois partidões estará formado.
É a melhor opção.
O medo é do velho fantasma correr por fora, correr por fora e no debate final, um dia antes das eleições, na Globo, descubram que Aécio cheira pó.
Aí, já vimos esse filme.
Traga o Topete.

Ass: Regies Celso

4 de abril de 2007

Cama do dia seguinte

Tú.
Tá, tocou o despertador e estou levantando.
Já vai!!!!
O desejo de voltar para debaixo das cobertas e novamente sentir o cheiro que ficou ali de ontem.
Eu queria poder dormir novamente para ver se o tempo contribui com a minha estranha jornada de volta ao meu paraíso particular.
Aconchegantemente particular.
Eu queria minhas narinas embriagadas do seu cheiro.
Mas, ao final das contas, eu queria muita coisa.
Aliás, coisas demasiadamente difíceis de se conseguir para alguém, que em suma, não passa muita confiança nem inspiração externa.
Pow! o que que você é afinal???
A quem você vai atender assim???
Desde quando você agrada alguém com seus estranhos e chatos papos políticos misturados com um forçado vocabulário rebuscado de juridiquês medíocre?
Mas, com um pouco de empenho isso se converge.
Claro! Pensando nisso cheguei à conclusão, que, oras, até o carinho é comprável.
Vendável também.
Ninguém precisa se preocupar com isso.
Isso é facilmente transformado se utilizada uma técnica muita conhecida. Às vezes busco meu refúgio no álcool. Às vezes o álcool busca seu refúgio em mim. Me causa estranheza esse fato. Sério. Isso me faz constatar que a alegria momentânea é comprável também.
De novo penso que deveria sim mudar o foco de minhas aspirações.
Ah! Quero saber de tanta poesia lunática não. Quero fincar os meus pés em um chão firme.
E destruir essa porcaria depois, abrir um bar na praia!
Desisto, quando começo a tentar me enganar com planos futuros responsáveis o desejo de sentir a felicidade sem preocupações sempre fala mais alto.
Mas depois de tantas constatações tolas, o seu cheiro que ficou de ontem me fez lembrar que eu descartaria todas essas palavras para senti-lo de novo.

ass: Pedro