21 de novembro de 2007

Small Bus


Eu tenho e tive tantas paixões que às vezes elas me confundem de uma forma que eu começo a embaralhar os seus rostos em minhas recordações.
Já tive lembranças trocadas com as pessoas certas.
O que, no fundo, seria uma pessoa certa para minhas lembranças?
Minhas lembranças que minhas novas emoções insistem em corroer, mas que eu luto com toda a veemência para que elas se mantenham intactas para que eu consiga não repetir minhas emoções.
Minhas lembranças dolorosas não me ensinaram a ser um refugiado, porque eu nunca aprendi com meus erros, já que eu os repito deixando tudo pra depois e me arrependendo de ter vivido a vida vivendo as emoções supérfluas, e descartando o resto.
Eu comecei a enxergar que eu nunca compreendi.
Eu comecei a compreender que eu nunca consegui enxergar a beleza das pessoas que me valorizavam, e agora que aprendi, creio que se eu soubesse aprender com meus erros eu não teria deixado as minhas novas emoções se esvair arem pelo ar.
Penso demasiadamente e me incomodo com os incômodos alheios, me tornando um segundo plano para mim mesmo, não sabendo o que fazer nas horas certas e fazendo as coisas certas nas horas erradas.
Acabo usando uma tática infantil e ao mesmo tempo idosa, de incomodar quem eu quero chamar a atenção para minhas qualidades.
Como, agora, eu desperto a sua atenção? Já que deixei você passar, e você me deixou, e ambos nos deixamos com nosso ticket na mão, aguardando a próxima parada que nós não sabemos aonde descer...


ASS: Pedro Gazzinelli

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