21 de novembro de 2007

Jornada ao Labirinto


Quero a vida simples como nunca imaginei ter em uma praia deserta de um certo litoral que eu certamente desconheço.
Bêbado com os whyskeys que tomei, chego à idéia de que o melhor para mim é a paz que posso conhecer durante minha jornada.
Claro que desejo muito mais do que esse simples oásis banal como meus sentimentos fracos e minha carne suscetível a estímulos entorpecentes para me inspirar a me declarar.
Nada que tento me faz ser melhor do que você, mas cada um tem um jeito de lidar com a atmosfera que o cerca, chega de viver em lamento, chega de esperar que o natal chegue para me alimentar dos melhores sentimentos que posso encontrar nas ruas.
Feliz como uma pessoa realmente realizada, eu sorrio para aqueles que me cercam tentando transparecer que irei prosseguir na minha jornada que transcende meus pensamentos fracos.
Chega de querer mais, chega de ficar nas palavras, na verdade o que a gente faz fala muito mais do que só falar, sento em frente aos instrumentos mais importantes da minha vida, o lápis e o papel que me acompanham até nessa minha aventura mais selvagem.
Calado com meu cigarro no silêncio da natureza começo a escrever.
Hoje penso em me libertar desses valores ridículos e chulos que carrego sob pressão dos demais que me cercam e me forçam a acreditar que tenho que seguir ao meu menor passo, que eu persigo em superar.
Por mais que eu tente não consigo ser eu mesmo em um lugar onde sou bombardeado com informações de um palhaço na TV, cansado de tanta covardia saio sozinho em busca de um sonho, o sonho de acreditar.

Ass: Pedro Gazzinelli e Diogo Coelho

Poeta do Amor



Suprimido por um grito de silêncio não consigo mais desabafar com você.
Tento escrever sobre o amor que não conheço, te amaldiçoou como se fosse você a culpada pelos meus lamentos.
Queria que você tivesse me obrigado a te amar, queria ter saído dessa inércia para deixar de ser tão egoísta.
Busco ajuda nos búzios, jogo cartas de tarô tentando descobrir o porque desse vazio, desse buraco que assola meu interior.
Sinto hoje o que só vai ser entendido no próximo ano por eu achar mais importante a estética do que o conteúdo.
Tento ocultar minha emoção deixando a razão tomar controle.
Só assim acharei uma desculpa para ser o poeta do amor que não consegue amar e escreve de forma platônica por ser puramente racional.
Tento aprender com os anjos, porém não consigo encontrar a pureza celestial para compor por ser um pecador.
Começo a buscar os meus demônios e acabo descobrindo que quanto mais apaixonante o sentimento puro de escrever, mais triste são as cartas que entrego a você.
Na certeza de que tentarei tornar lúcido o mais triste e lindo conto de amor, busco em livros historias que me ensinarão a falar sobre nós dois.
Tento achar o final feliz sem ter vivido pelo menos nem um final triste.
Sem experiência para ser o mensageiro dos meus sentimentos faço mais uma poesia tentando te fazer a melhor pessoa do mundo.
E com mais um clichê me conformo com tudo que vivo.
No final dá tudo certo, se não deu certo é por que ainda não chegou ao fim.

Ass: Diogo Coelho

Small Bus


Eu tenho e tive tantas paixões que às vezes elas me confundem de uma forma que eu começo a embaralhar os seus rostos em minhas recordações.
Já tive lembranças trocadas com as pessoas certas.
O que, no fundo, seria uma pessoa certa para minhas lembranças?
Minhas lembranças que minhas novas emoções insistem em corroer, mas que eu luto com toda a veemência para que elas se mantenham intactas para que eu consiga não repetir minhas emoções.
Minhas lembranças dolorosas não me ensinaram a ser um refugiado, porque eu nunca aprendi com meus erros, já que eu os repito deixando tudo pra depois e me arrependendo de ter vivido a vida vivendo as emoções supérfluas, e descartando o resto.
Eu comecei a enxergar que eu nunca compreendi.
Eu comecei a compreender que eu nunca consegui enxergar a beleza das pessoas que me valorizavam, e agora que aprendi, creio que se eu soubesse aprender com meus erros eu não teria deixado as minhas novas emoções se esvair arem pelo ar.
Penso demasiadamente e me incomodo com os incômodos alheios, me tornando um segundo plano para mim mesmo, não sabendo o que fazer nas horas certas e fazendo as coisas certas nas horas erradas.
Acabo usando uma tática infantil e ao mesmo tempo idosa, de incomodar quem eu quero chamar a atenção para minhas qualidades.
Como, agora, eu desperto a sua atenção? Já que deixei você passar, e você me deixou, e ambos nos deixamos com nosso ticket na mão, aguardando a próxima parada que nós não sabemos aonde descer...


ASS: Pedro Gazzinelli

Filosofias de Parede



De repente me olho diante do espelho, adoro o jeito que eu me vejo, surrado, amarrotado, procurando um remédio para sarar a dor de cabeça que sinto. Vivi ontem o que pessoas não vivem em mil anos, aprendi ontem o que nenhuma escola vai me ensinar em milênios, e tudo o que eu quero agora é me recuperar de um pecado cometido.
Experiências foram aprendidas, filosofias ensinadas e passadas, não só nas paredes, como nos bares e praças.
Sonho com um futuro incerto, sentado com meus amigos podendo falar o que realmente importa, isso se importar para você o fato disso significar algo para mim.
Sinto o vento no rosto, a sensação de dever cumprido.
Fazemos parecer fácil e engraçado situações que foram doloridas e complicadas.
Aprendemos que mais triste que um sorriso triste é a tristeza de não saber sorrir. Aprendemos a colorir a vida, aprendemos que até situações diversas e contra servem para nos fazer crescer, esboçamos nossos sentimentos em forma de poesias alegres, poesias tristes, poesias nada a ver, textos engraçados.
Descobrimos o que é acordar na cama do dia seguinte, tiramos a conclusão do que é ser fiel à felicidade.
Sentimos dificuldades de escrever, outrora sentimos facilidade em compor textos, nunca desistimos de disfarçar situações cotidianas para te fazer sorrir, aprender, sonhar e se sentir amparado.
Esse canto serve como um refugio para quem se sente desabrigado, podemos compartilhar e mostrar que somos todos iguais, e que por mais absurdo seja o que você estiver vivendo, existe quem tem historias mais absurdas que você.
A parede não é só mais um conto de fadas, ela é real e um recomeço para a liberdade.

Ass: Diogo Coelho



Disfarçando minhas reais intenções interesseiras e minhas facetas violentas com minhas diversas desavenças com a vida em geral, eu escrevo para sorrir.
Reclamo das minhas limitações como ser humano, como em uma briga interna, que travo com meu reflexo em minha imagem embaçada, como em um espelho de banheiro pós banho.
No fundo, sabemos que tudo não passa de um mero retrato de uma desculpa que damos para nós mesmos por não alcançarmos as proezas que idolatramos.
Pensamos, escrevemos, sorrimos e choramos na dificuldade que temos de transparecer nossas reais facetas de primatas que somos, e que nosso intelecto nos incomoda em desmentir.
Fundimos nossos modos antes tão distintos, em uma crítica romântica, real e pesarosa, mas que no fundo se resume em um sonho comum de transparecer o que, na verdade somos, e o que tentamos esconder.
Choramos com nossos cigarros solitários para tentarmos extravasar a raiva que, no fundo, sentimos de nossos inúmeros erros e não temos forças para mudar.
Criamos, observamos e às vezes nós escondemos atrás de caricaturas para tentar esconder a nossa faceta obscura.
Quebramos nossos paradigmas para tentar mostrar para terceiros o que queremos e pensamos sem pudor e com a eterna vontade de conquista.
Se escrevemos o que conseguimos captar da alma, devemos a nós mesmos por termos a capacidade de extrair as nossas profundezas em comum com nossos pensamentos.
Somos todos embaraçosos com nossos corações, que não facilita nossa compreensão, e que nos trava perante nossos maiores sonhos.
Erramos mais a cada dia, e nem sempre aprendemos com eles, porque às vezes não adianta aprender com situações únicas.
Choro de raiva por ser um apaixonado declarado para esquecer a minha barreira contra a paixão.
Jogamos pedra na parede para testar o quanto ela é sólida, e descobrimos que a parede soca nossa cara para aprendermos que a solidez é nossa conquista.

Ass: Pedro Gazzinelli

20 de novembro de 2007

Escada III


Quero você para satisfazer minha expectativa de alegria.
Meu refúgio seguro da alma lúdica de criança que eu procuro guardar, e que sela minha personalidade forte com minha insegurança só, que eu mantenho em sigilo, já que sempre fui uma criança sozinha.
Quero você para compartilhar as minhas aventuras solitárias em programas que os demais vão em casal, mas eu aprecio o meu pensamento esvoaçante, que procura um abrigo seguro em alguém que suporte as minhas diversas manias saudáveis e meu senso de humor crítico demais.
Quero você, que eu sonho e agora sei quem é, não porque acho que você me completa, mas porque eu procuro completar alguém e tornar essa pessoa feliz para provar a mim mesmo que posso fazer os outros felizes, e essa felicidade me bastaria.
Procuro em você aquele contrapeso que preciso, para que eu não mais precise entreter os demais com as minhas diversas facetas e entreter apenas você com a faceta que você mais desejar, já que eu reparo em tudo, e portanto, vou tentar conseguir satisfazer desejos banais, porém essenciais para qualquer um que aprecie uma felicidade simples.
Eu não mais quero precisar das minhas diversas etnias que concilio, pois quero ser eu mesmo ao menos para uma pessoa, e gostaria que fosse você, que me faz perceber o quanto são desnecessárias essas minhas complicações amorosas.
Eu, então, só quero um apelo para que eu perceba, que, no fundo, eu sou apenas alguém incrivelmente atingível em seu estado despreparado para lhe mostrar, novamente, toda a baboseira inútil que eu sei.

Ass: Pedro Gazzinelli

Desabafo


Tudo parece conspirar contra meus sonhos, a vontade de desistir é inevitável.
Tenho desabafos do fundo da minha alma querendo sair,
Esta nas minhas mãos é a única esperança que vejo nesse momento.
Não sei se é desespero ou raiva, mas sinto vontade de socar ponta de faca para passar.
É inevitável esse sentimento depois de mais uma manhã fria
Nação sozinha, pessoas sozinhas, eu sozinho fazendo companhia para meu reflexo no espelho.
Faço mantras para me acalmar, orações incessantes a fim de acender a luz no fim do túnel
E mais uma vez tento levantar do tombo que sofri
Deixo o vento soprar, vento ventania guiando meu barco a deriva,
Tento achar a direção correta usando o céu como minha bússola
Um náufrago perdido na imensidão de seus sentimentos.
O que eu vou ser?
O que posso dizer se já não tenho palavras?
Toda a força que gastei para me acalmar me deixou exausto
Contrario as leis físicas, fico sem reação para a ação
Construo outro templo para um estranho
Dei meu coração para quem não merecia e acabei magoando quem se importava de verdade
Foi necessário me entregar para o sacrifício
Foi importante ter para onde olhar e desabafar
A parede mais uma vez é meu refugio nos dias de tempestade.
E mais uma vez agradeço ao carcereiro da minha prisão por ter me alimentado com inspirações de um poeta triste.

Ass: Diogo Coelho Pettersen

16 de novembro de 2007

Recomeço


Eu me sinto tão derrotado, eu me sinto um inútil, por dentro querendo pedir ajuda, por fora tentando parecer forte.
A ilusão é a coragem que o meu exterior precisa para transparecer felicidade, mesmo sabendo que será uma felicidade momentânea continuo usando dos meios mais artificiais para sorrir.
Aprisiono meu caráter e jogo a chave fora, o que está por dentro fica suprimido como em um casulo, tento criar coragem para pedir ajuda, sempre com medo de ser taxado careta, sempre com medo de ser amaldiçoado com suas palavras, então eu sinto que meus sonhos estão tão distantes.
Não posso fazer mais nada, como posso sonhar se sempre ando entorpecido com peças de um quebra cabeça que eu mesmo desmontei e agora não consigo voltar para o lugar.
Então vejo que a única solução é gritar por ajuda, gritar com a alma na esperança de alguém escutar.
Queria eu ser uma vitrola tocando pela madrugada na maior altura para todos escutarem que eu quero voltar, que eu quero libertar meu eu de verdade.
Sinto um vazio estranho, nada mais me preenche, nada mais me alegra, nada mais me cativa, apesar de ter quebrado o muro que construi aquela felicidade artificial me faz falta, e para conseguir me curar desse vazio tenho que conseguir viver sem ela.
Peço ajuda aos meus amigos, peço ajuda a mim mesmo e principalmente peço desculpa a minha vida e agora fica a esperança de que eu vou voltar a ser o que eu não deveria ter deixado de ter sido...


Ass: Diogo Coelho

13 de novembro de 2007

Fiel à Felicidade


Voltei à fase sem clarezas.
O que me parecia claro, no momento eu procuro embaçar para partir do zero.
Livrar-me de sentimentos bonitos e esperançosos para atividades puramente prazerosas sempre foi satisfatório em curto prazo.
Isso já me motivou a experimentar emoções realmente emocionais para me livrar, anteriormente, de prazeres fugazes.
Não tenho mais apego à ilusões insanas, pois meu pé se finca no chão ao menor passo.
Eu sou, de fato, um pesquisador da minha própria felicidade egoísta, e declaro isso como um alto elogio.
Não que a minha fase obscura seja inconseqüente e fria, mas ela já me fez favores de me livrar de pesos que carregava por puro apego emocional barato e sem boas conseqüências.
Acho, também, que esgotei minhas inspirações terceiras, e estou me aprimorando na arte de me auto inspirar.
Entristece-me, apenas, o efeito "diário" de minhas ilustrações.
Não que isso seja de todo ruim.
Apesar de diversas e divergentes inspirações, consegui, com o êxito procurado, escrever sobre as pessoas que me inspiraram e consegui transparecer da forma que tento aprimorar, meus sentimentos e minhas diversas divagações que impulsionam minha maior válvula de escape prazerosa.
Às vezes, como bem disse em minha autodefinição, tentei escrever sobre mim disfarçadamente, mas aprendi que a minha máscara por detrás dos meus expostos pensamentos nunca me disfarçou, e no fundo, o meu objetivo era esse mesmo, externizar minhas inspirações e me declarar, mesmo que fugazmente, à todas as razões que me fizeram refletir e, a minha maneira, me declarar completamente para aqueles que se identificam como as minhas reflexões.
Na verdade, todas as minhas declarações escancaradas às minhas musas inspiradoras me trouxeram uma inspiração que eu sempre tentei negar por entender que ela não devia ser externizada.
Tentei disfarçar, na verdade, e sempre, que eu sempre me inspirei em mim e nunca fui um bom entendedor da alma alheia, mas que identificação é gerada por um fato banal.
Todos nós procuramos e almejamos os mesmos objetivos, mesmo que de maneiras distintas.
A minha ideologia de vida, que eu sempre disse não ter, foi aprimorada mais do que nunca, e externizá-la, às vezes de forma forte e sem pesares, é, no fundo, o que eu mais proclamo a todos.
O que você escreveu?
Escrevi: Fiel à Felicidade.

Ass: Pedro Gazzinelli de Barros

12 de novembro de 2007

Retrato de uma desculpa


Muito bem, mais uma vez sozinho com meu cigarro, gritando por dentro, pedindo para que saia, pedindo para que respire mais uma vez e que depois morra para que seja eternizado, é assim que escrevo, dou vida aos meus sentimentos só para poder mata-los mais tarde em forma de poesia que viraram imortais páginas.
Vejo uma guerra de trincheiras, daquelas que nos escondemos em buracos e atiramos, esperando que o tiro acerte em alguém para poder vencer a batalha.
Aperto o gatilho da vida esperando atingir o papel, porém, tudo que consigo ver são as páginas em branco que nem ao menos pude rasurar.
Meus pensamentos gritam por liberdade,
Embriagado na inércia só vejo linhas escritas nos meus sonhos.
Me falam de alma,
Me falam de futuro,
Me falam de coisas que eu não consigo entender por não conseguir dar vida aos mais sinceros e límpidos poemas.
Espero a cada segundo a cada instante, escuto minhas musicas mais nada a ver esperando escrever algo nada a ver para que você possa ver que tem tudo a ver com o que você está sentindo.
Escrevo meus desabafos vivos que vão morrer depois de escritos para que você possa se sentir útil de novo.
O que fazer nessa prisão de idéias?
Como conseguir escapar dos demônios que estão a minha volta?
O que fazer nessa batalha contra mim mesmo?
Quero escrever,
preciso escrever para assim me sentir vivo novamente.
Enquanto isso só vejo uma solução.
Acenderei outro cigarro.
Me viciarei em nicotina e irei esperar pensamentos vivos para que eu os possa martirizar em versos tristes que irão alegrar seus dias.


Ass: Diogo Coelho

RELÍQUIAS: CAPÍTULO 2- O Espelho da Alma


Eu nunca acreditei em Amor a primeira vista.
Também não gostava de pessoas que conhecem pares perfeitos.
Para mim, basta um olhar sedutor para uma conquista completa.
Eu nunca seria seu par perfeito.
Mas acredito piamente que seria seu par perfeito instantâneo.
Os seus lábios se afastando em cada tragada que você dá, em seu hábito repugnante que eu compartilho, são semelhantes à jogos sexuais completos em minha mente.
O simples suspiro resultante de um forte gole em uma bebida exótica, que eu assemelharia a algo completamente destinado a um fim higiênico do lar, me sugere uma vontade extravagante de saciar minha sede com sua saliva acentuada.
Os seus atos complexos me completam em uma só noite, me motivando a repensar meus conceitos.
Eu não quero amar você.
Pois você assustadoramente me remete a um espelho.


Ass: Pedro Gazzinelli (12/11/2007)

RELÍQUIAS: CAPÍTULO 1- O Esconderijo da Alma


Porque você acha que eu serei diferente?
Ás vezes você pode acreditar que eu só escreveria isso pra você enquanto eu mesclo inspirações inspiradas em sua simples presença.
Portanto, me esqueça para que eu não necessite mentir para você.
Eu posso amá-la por um dia triste em minha vida e me afogar em meu caderno e nós inúmeros personagens que eu criei para deixar a minha vida grandiosa como alguém gostaria que sua existência fosse.
No entanto eu me espelho nos meus personagens para tentar ser um deles e torná-la a minha musa particular e inspiradora, como eles têm as suas.
As vezes, então, você pode esperar um final feliz em minhas resenhas tristes, mas cheguei a conclusão de que os textos mais tristes são os mais reflexivos e bonitos.
Portanto, esqueça a idéia de me entreter, pois eu vou acabar te esquecendo como uma lembrança triste, pois as lembranças tristes são eternas.
Eu não sei quem você é.
Mas eu sonho com você todas as noites.

Ass: Pedro Gazzinelli (11/11/2007)

5 de novembro de 2007

Coluna 4: Juiz de Fora


Minas têm 853 municípios.
No entanto um deles, em especial, foi me questionado por um amigo.
Juiz de Fora.
Ele me explicou sua teoria e aquilo me interessou.
Quando visito, ou simplesmente conheço alguém de Juiz de Fora (salvo raras exceções) a impressão que tenho é que aquele cara é um carioca refugiado.
A cidade está longe de ser bonita, esta longe de ser uma cidade litorânea, está, em suma, longe do Rio.
Acontece que eles não pensam assim. O "x" está presente, a bermuda está presente, o chinelo está presente, a cultura carioca está presente.
Juiz de Fora é rejeitada pelo Rio por ser mineira e rejeitada por Minas por querer ser carioca.
O paralelo mais interessante é o número de homossexuais na cidade, que pode ser facilmente explicado por esse posição geográfica ingrata e essa falta de identidade estatal.
Sem resquícios de preconceito por minha parte e apenas constatando fatos, o que acontece é que o homossexual, via de regra, é uma pessoa excluída da sociedade. Excluído por vários lados opostos da sociedade.
Juiz de Fora é excluída.
Juiz de Fora é o paraíso homossexual.
Faz sentido, todos nós adoramos pessoas que compartilham nossos problemas.
Se somos excluídos mesmo, vamos embarcar na onda e sermos excluídos com veemência.
Enfiar o pé na jaca com força.
A situação inversa também é viável.
Carioca é preconceituoso, não gosta de gay, não gosta de Juiz de Fora.
Mineiro é ultra tradicional, não gosta de gay, não gosta de Juiz de Fora.
Juiz de Fora é, em suma, um lugar a ser pesquisado.
A baixa estima deve reinar por lá.
Não me surpreenderia, daqui a alguns anos, se Juiz de Fora virasse nossa Noruega, Dinamarca, com alto índice de suicídio.
Precisamos salvar a população de Juiz de Fora.
Antes que seja tarde demais.


Ass: Regies Celso Selsi Lincolly e Diogo Coelho