29 de fevereiro de 2008

Diário III " ......... "




Não me julguem por meus pensamentos, melhor acabar com minha dor do que deixar minha dor acabar comigo.
Tudo que faço é pra poupar vocês dos meus sofrimentos, dos meus lamentos.
Desculpe.



Ass: .........



Mais uma vez, como em toda minha vida, sozinho, numa sala sem muitas coisas, sento no sofá, acendo o cigarro e .......................
Enquanto isso o cigarro queima lentamente no chão, e a fumaça se espalha na atmosfera negra que envolve aquela solidão.


Ass: Diogo Coelho

27 de fevereiro de 2008

Diário II - Encruzilhada -




Chego ao meio de uma estrada deserta, desamparado, precisando de ajuda, olhando para os dois lados, procuro enxergar o que esta no final de cada um, e como se não bastasse vejo outra encruzilhada nesta encruzilhada que me encontro.
É perigoso escolher sem precaução, posso acabar num beco sem saída, como se eu tivesse saída para sair do buraco em que meu beijo “lamentante” não consegue te fazer sentir meus lábios.
Fico atormentado, tão doente com a idéia de tentar olhar adiante e saber o que está me esperando.
Traiçoeiramente.
Com precaução
Em silencio
Escolho um caminho
Será que escolhi o certo?
Será esta minha salvação?
Será essa a rota do meu destino?
Perguntas que ecoam na minha mente!
No fundo sei qual caminho escolhi, só temi o meu final.
Devo decidir agora!

Ass: Diogo Coelho

Parfum


Porte sua elegância que dança com os ombros ligeiramente inclinados, para mim, em particular.
Clara, como meus olhos, que lhe vislumbram em seu perfume, penetrante, inebriante, que me rouba o nexo dos meus casos, já que ele me faz respirar suas palavras que podem ser quaisquer, que impulsionariam minhas pernas cambaleantes, refletidas em seus olhos, sim, deveras, penetrantes.
Alcance seus dedos em mim, acariciando de leve o que eu ouço em você, para que eu possa subir, de novo, ou para que eu possa, até, quem sabe, encarnar o personagem principal dessa peça de giros, voltas, que me fizeram te ter, proferindo (será?) as minhas verdades fúteis e curiosas, à minha musa (você) inspiradora.

Ass: Pedro Gazzinelli

26 de fevereiro de 2008

Vitae


Se me falar às alturas, te calo.
Roubando minhas logísticas simples e complexas não conseguem me convencer.
Não conseguirão me agradar.
Não conseguirão me roubar pois não cederei às chuvas de artifícios baratos para levarem minhas narinas que aspiram idéias mais complexas que sua mesinha de bar irá compreender.
Não me jogue nessa arquibancada de circo sem dono como um macaco indomável que roubaria amendoins que eu certamente desprezo, pois não sou corrompido por elogios provincianos.
Um passo para o topo é aquela pegada que pego, que piso, que me pisam sem dó para que eu não consiga.
Um piso falso, a minha vida por um passo, que tentam pular com rasteiras e sorrisos estampados no rosto
Que rosto é esse?
Não me enganariam dessa forma.
Eu certamente fugiria desse circo.
E sem os amendoins.

Ass: Pedro Gazzinelli

25 de fevereiro de 2008

Diário I - Confissões -



Não aguento mais essa pressão na minha cabeça. Quanto mais tento desviar essa idéia ridícula de não querer viver mais, mais me sinto como um covarde. Fico sentado com meu cigarro, escutando Call me a dog e me sentindo como um cachorro. Fico pensando como os grandes se sentiam com essa idéia ridícula de não querer viver mais. Kurt Cobain o que será que pensou antes de dar um tiro na cabeça? Um pensador, um ideologista de uma geração. Não é o meu! Mas só o citei como um exemplo, o que será que o fez deixar essa idéia ridícula de não querer viver mais dominar sua razão? Pronto, morreu!!!!
Hoje o dia amanhaceu mais real para mim, tive a sensação de ter descoberto o meu real destino, a solidão.... O céu nublado, o tempo frio, o meu coração gelado, tudo triste, tudo real, nada abstrato, solidão, cabeça vazia, idéia ridícula de não querer viver mais.
Será?

Ass: Diogo Coelho

22 de fevereiro de 2008

Gargante


Minhas costas doem de pesar
Meus cães latem nos meus tímpanos, fazendo-os transbordar de desespero
Me ajudem
Preguem-me em um rio de luz
Que me ilumine
Que me sangraria
Meu nome é Tiro
Não acerto
Meu nome é Grito
Não me ouvem
Me larga e tire sua falsidade de cima dos meus ombros
Tire da minha língua esse seu gosto
Meu nome é Sangue
Meu nome é Dor
Não tenho nome e me adapto ao que convir
Não gritem meu nome pois agora quero esquece-lo
Minhas mãos doem de socá-lo.

Ass: Pedro Gazzinelli

13 de fevereiro de 2008

Amém


Livrai-me de todos os meus males que me possuem e me corrõem da forma mais transgressora que você conseguir.
Paranóico como sempre, fantasio as mais loucas alucinações em que você suga as minhas forças com sua leveza sutil e arrebatadora.
Rebato minhas energias e perco meu rumo em troca de prazeres carnais, que mais tarde me comerão por dentro, me matando embanhado em flúidos corporais.
Tragando a vida, e soprando a fumaça de forma paranóica, em todas as direções divergentes, sem nenhum nexo, e sem nenhum objetivo, me sinto pressionado pelos meus desejos, de torná-los realidade, embora os meus desejos me assombrem, pois não estou buscando-os, e sim, assoprando-os junto com meus pulmões.
Entornando meu vinho em cima dos seus pés, que mais tarde secarei de forma carinhosa, com minha displiscência de quem sabe demais, mas não se importa em jogar minha fumaça para o ar.

Ass: Pedro Gazzinelli

11 de fevereiro de 2008

Eternia



Sonhos de uma alma possuída são meus sonhos ou de outra pessoa?
Estou acorrentado, preso no tempo como uma foto eternizada.
Escuto que “o escrever é uma forma de paralisar o tempo para uma melhor compreensão do que foi dito”.
Até onde isso é verdade?
Será que é?
Se for será que quero viver escravizado com o que eu disse?
Escrever é perigoso, “um homem não se banha duas vezes na mesma água de um rio”, ele está em constante evolução, se o homem não mudou, o rio eternamente inconstante não para de evoluir, não para de modificar o ambiente em que esta presente, não para de querer transformar, progredir.
Será que devo escrever, ou seria melhor não escrever nunca e sempre evoluir, não correndo o risco de ficar estacionado no tempo?
Escrever me deixa fadigado de alivio, é por isso que quero para sempre viver em um porta retrato, para que todos olhem e veja a pessoa que eternizou aquelas palavras já ditas outrora por algum sábio que não quis escrever.
Já dizia o grande mestre chinês: “não há nada dito nesse mundo que nunca foi falado por um sábio grego ou um pensador romano”, a questão sempre é, o que não foi escrito pode ser eternizado por mim?

Diogo Coelho

7 de fevereiro de 2008

EU diferente de EU = NÓS



Cansei de ser rotulado, cansei de ser tratado como um produto com seu código de barra.
Eu não sou igual a ninguém, na verdade eu não sou igual todo dia, eu mudo constantemente.
Prazer meu nome é Diogo!
Diogo hoje, amanha posso ser fulano e quem sabe até ciclano?
E você é quem?
Só mais uma maquina de falar que não para de encher meu saco?
Tem dia que a gente acorda com a macaca, todo mundo tem seu dia para mandar a porra toda para a puta que o pariu, pois é, hoje o felizardo sou eu.
Porque você não para de destilar veneno contra mim e me deixa ser assim só por hoje?
Como já disse, amanha eu mudo, amanha sou outra pessoa, quem sabe sou até quem você deseja, as vezes até posso ser seu príncipe encantado
Mas hoje é meu dia de ser o vilão, não o seu vilão, mas o vilão da própria vida.
Chega cansei de ser eu, deixa eu ser nós, entenda que as vezes preciso ser nós em vez de ser eu, afinal eu nunca sou o mesmo, a cada dia estou mudando.
Prazer meu nome é nós!
Nós hoje, amanha quem sabe posso não ser eu de novo!?

Diogo Coelho