14 de julho de 2009

Água com sal



A, ele se voltou como uma bala, deitado no colchão molhado de choro tentou refletir sobre a verdadeira aparência de sua essência.
Com sua face desmanchando como uma casquinha de sorvete do Mc. Donalds em dia quente, não agüentou se conter, e dizem que gritos de desespero eram ouvidos até mesmo depois que a noite virou dia.
Soube desde o inicio o sabor que era o não ter tendo, e o medo de acabar tendo o que não queria o assolava em tons fantasmagóricos na solidão daquela vela esquecida perto do abajur de seu quarto.
Buscou inspirações afogadas em um copo de água do mar, sempre salgadas, o gosto parecia das de lágrimas de um velho sentimento colocado para fora, estupefato com sua reação alérgica, acabou encontrando a cura para um mal dos tempos de crianças.
Vivia por tentar compreender a falta de educação de seu Collie, porque ele nunca aprende as coisas? A vizinha pretendia permitir a entrada do seu cão, porém ele não queria amar, só cumprir seu papel de canino.
Se sentia perdido como em um filme de Christopher Nolan, tendo que tatuar em sua própria pele lembranças de um passado de 30 segundos atrás.
O sentido começa a correr como um relógio de ponteiros quebrados, mas peraí, os ponteiros de um relógio quebrado não rodam, não roda nada, só roda minha cabeça quando tento rodar minha essência.
Sempre vejo o alarde que uma partida sentimental causa nas pessoas, mas o que mais me dói é saber que nossos tempos de caça as bruxas não terminaram por completo, afinal você me faz o que sou. E adivinha em quem você me transformou?
Motivos altruístas deixam de existir, consciências sóbrias passam a ser estereotipadas, e isso tudo pelo fato de que tento me erguer em meio as ruínas criadas pelo meu eu antigo que já foi enterrado a tempos atrás.
Agora com minha cama já seca encontro um merecido repouso, preciso sonhar com meu futuro embaçado, preciso encontrar os cantos escondidos pelas enseadas da vida, preciso deixar de pensar que a natureza humana é o que é, e principalmente preciso descansar, afinal amanha eu acordo e minhas lágrimas de uma noite mal durmida vão ter criado o ciclo de sempre, tudo denovo.

Ass: Diogo Coelho

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