13 de agosto de 2007

Não gosto mais de quem eu gostava antes.


Não gosto mais de quem eu gostava antes.
Sei lá, perderam o brilho no olhar de quando olhavam para mim.
Sei que isso parece um tanto quanto subjetivo, mas gosto de ver alegria nas pessoas quando elas me vêm. É péssimo encontrar alguém que não sorri quando te vê, ou que não lhe acena, como um amigo que você não vê há tempos, mas que nunca deixou de ser amigo.
Amigos ficam anos sem se ver, e quando se vêm, parece que foi ontem.
Eu não gosto mais de quem não me abraça quando me vê. Eu não gosto mais daqueles que não se levantam pra me cumprimentar quando eu chego, e se não me dirijo a eles, tanto faz como tanto fez.
Eu não quero mais receber ligações de quem não consegue conversar mais de vinte minutos.
Quero meus amigos sinceros, que sabem tudo ao meu redor, que me ligam sem obrigação e que se levantam para me dar um abraço mesmo se tivessem me visto ontem.
Quero ver televisão e isso ser o melhor programa de sábado à noite.
Quero beber vodka e rir de um amigo meu que só da azar.
Quero tomar cerveja com meus amigos domingo de tarde e ir embora cedo porque trabalho na segunda, mas com a sensação de dever cumprido.
Quero comer salada, pagar caro por ela, e achar a melhor coisa do mundo.
Quero dividir um cigarro com meu amigo, como um bêbado cambaleante.
Quero gritar mais alto que os outros.
Quero esgoelar minha música preferida.
Depois disso quero que ninguém me discrimine.
Pois posso vê-los raramente.
Mas eles se levantam pra me abraçar quando eu chego.
Eles me olham nos olhos e sabem o que eu estou pensando.
Eles sabem quem me deixa triste.
Eles sabem o que eu quero e o que me deixa triste quando estou bêbado.

Ass: Pedro Gazzinelli de Barros

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