25 de janeiro de 2011

"Dor de um ano e tal"


Parece inevitável, tudo girando ao meu redor, sem nada a perder me arrisco por tão pouco.
Às vezes me pego dentro da minha bolha, perfeitamente protetora, ali dentro posso tudo, sou dono de mim, não há quem me controle.
Tão cansado de todas essas farsas, tão cansado de passar noites acordados, em claro, com pensamentos subliminares, me sinto um caco, o que busco é poder respirar novamente, que sombra é essa que assola minhas noites de insônia?
Um desabafo desesperado lastreia páginas de um caderno velho e usado, folhas rasuradas descrevem perfeitamente como me sinto, ora certo, outras errado, corrigido, riscado e reescrito.
Muitas vezes o caminho é tão longo, tantas vezes fico perdido em linha reta, querendo e precisando achar quem sou eu de verdade, porque o de mentira nunca me abandona.
Quando vejo caricaturas de mim mesmo entendo o porquê de ser igual a um palhaço, tão difícil de entender, tão complicado de achar graça, mesmo assim dou gargalhadas em frente a um espelho quebrado que reflete mil imagens de mim.
A penumbra me lembra que minha sombra é a verdade querendo sair da caverna que guardo dentro do meu coração, que dor é essa que não consigo suportar? “Dor de um ano e tal”.
De certo tento escrever desabafos de um artista que não consegue enxergar seu caminho, um solitário em busca de esperança, em busca de algo a mais que o faça curar seu coração quebrado.
Tortuoso as vezes, o suor escorre pela pele, desesperado para se refrescar em suas próprias lagrimas, afundado no mais puro ostracismo, ali, longe de si mesmo, encontro meu eu vazio vagueando por entre desertos, sozinho, querendo me achar.
Procuro razões pra me convencer, a vida já não é mais um quebra cabeças pra se montar.

Ass: Diogo Coelho

Um comentário:

Emy disse...

É engraçado o que a internet faz, ela mostra que outras pessoas completamente desconhecidas as vezes sentem tristezas diferentes com essências iguais. Belo texto. =)