
Hoje a vida pára para que eu passe observando-a com meu olhar cético de nojo por todos eles.
Eles, aqueles que não entendem, que não fazem e que cagam para tudo.
Eles, que entram na minha casa sem minha permissão, e me enganam generosamente com seu roubo escancarado de cara-de-pau, quando eu, perplexo pela sagacidade, fico atônico e não digo nada.
Hoje eles vêm com caras lavadas me dar papel, mas eu não quero papel, não quero nada, já que eu me julgo melhor do que eles.
Hoje a vida deve parar para que eles nos enganem novamente, e eu, conscientemente, gosto de ser enganado, e me divirto vendo a reclamação alheia da falta de moral que impomos a nós mesmos.
Eles agora têm certificado dado por nós para nos enganar, por isso eu relaxo e aproveito para que me enganem de forma mais convincente.
Hoje nada foi provado, e quer saber? Hoje serei enganado com gosto, pois agora não quero ver a vida parar para que eles me iludam.
Eles que me aguardem, uma vez que me enganaram, e agora, irei enganar eles com imensa propriedade.
Eles que me agradem, pois assim ficarei mais cego.
Ass: Pedro Gazzinelli e Regies Celso