27 de julho de 2010
Derramo
É eu, é você, é tanta coisa que já nem sei mais. Tomo atitudes erradas, pensamentos que não convém, destilo minhas palavras contra um muro de concreto, às vezes certo, outras errado, sempre sofrendo muito com esse buraco, vazio existencial.
Porque sou assim? Porque dentro do contexto no qual fui criado sou tão diferente daquilo que sonham para mim? Já não agüento mais tantas idéias e paranóias me atormentando, quando prendo a respiração ai sim entendo, quando me sufoco sou uma ilha numa imensidão de águas.
Minha história não pode ser tão diferente daquela que um dia contei, cantei, proseei empunhando aquele violão desgastado com meus dedilhados cansados e sonolentos, aquelas páginas de papéis rascunhadas com poemas de um solitário não podem simplesmente ter sumido, se esvaído por entre lágrimas que expressam em palavras o que sinto.
De tanta coisa que passou, que passará, onde será que encontro minha capacidade de buscar em um labirinto emocional, acordes verbais, às vezes melodramáticos, em outras “suspens(e)os”, lá no alto, em meio a montanhas gélidas que encontro em minha alma.
Sempre em busca de um ombro amigo, uma pele que me trará abrigo, um braço de apoio que surge entre as nuvens do meu céu nublado, carregado, por mim, por você, por tanta coisa que novamente já nem sei mais.
Queria por um ponto final nos filmes que passam entre minhas retinas, em tiras, com tiras por todos os lados, ofuscando viveres daqueles andarilhos sobrecarregados com as verdades de um dia passado, corrido, buscado e sensato.
Luto sempre, por mim, por você, por eles, aqueles que um dia depositaram em mim, o que eu fiz questão de enterrar, meus cacos já não se colam mais.
Ass: Diogo Coelho
20 de julho de 2010
Idéias ao "léu"
Quantos dias até que acabe aquela vontade conflitante de sonhar e ficar inerte?
Como palavras lançadas ao fogo e seladas em meu ser, busco um dia me banhar nas águas cristalinas de um ribeirão doce e distante para poder limpar as roupas sujas que uso de um longo tempo atrás.
Deixo de atuar em peças de fundo de quintal e me importo aos horizontes divinos, me dispeço de você, de mim, e saio em busca de me encontrar aqui, ali, em qualquer lugar que me encontre.
Como cacos de vidros que formam um diamante, assim são meus pensamentos sujos em pedaços, será que um dia virarei uma pedra preciosa!?
Contudo contino eu, às vezes completo, em outras partido, mas na maioria, sempre perdido!
Ass: Diogo Coelho
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